Obra surrealista do artista digital brasileiro Marcel Caram |
Por Isabela
Moreira
O jeito como o cérebro
formula uma memória é bem parecido com a maneira como ele cria um sonho vívido:
neurônios disparam e diversos pedacinhos de informação codificadas são
reunidas.
Apesar
de o cérebro nos dar a habilidade de checar os fatos, nem sempre conseguimos
distinguir o que é fato e o que é ficção. Ao contrário dos mentirosos, que
sabem que o que estão falando não é real, as pessoas que possuem
memórias falsas realmente acreditam nelas. Os cientistas chamam
essa falha de memória de confabulação.
De
acordo com William Hirstein, professor de filosofia da Faculdade de Emhurst,
nos Estados Unidos, a estrutura do cérebro de uma pessoa pode revelar se ela
confabula e o motivo disso.
Em
geral, os pesquisadores acreditam que a confabulação pode estar ligada com
danos no lobo frontal do cérebro. Problemas nessa área dificultam a recordação
e verificação de informações, fazendo com que as pessoas que passam por isso
não consigam averiguar a realidade de suas memórias.
No
entanto, quem tem um cérebro completamente saudável também corre o risco de
confabular. Como somos criaturas sociais, aprendemos a dar as “respostas
certas”, aquilo que, de alguma forma, trará aprovação exterior. A confabulação
pode começar a partir dessa necessidade de manter uma reputação positiva.
Várias
pesquisas apontam que as memórias confabulatórias tendem a ser positivas. Um
estudo realizado com 10 pacientes amnésicos do Hospital St. Thomas, na
Inglaterra, mostrou que, quanto mais depressivo o paciente, mais positivo era o
conteúdo de sua confabulação. “Geralmente quem confabula tende a falsificar as
coisas de uma forma positiva para si mesmo”, diz Hirsten.
Ainda não existe uma cura
para essa ~criação de memórias falsas~ mas, segundo Hirstein, quem percebe que
confabula e não tem nenhum dano cerebral significativo pode aprender a
compensar essa falha.
Quem
sabe que tem uma memória ruim costuma checar a informação automaticamente antes
responder. Esse treino, quando feito regularmente, pode ajudar o cérebro a ser
mais eficiente ao procurar as memórias e trazer à tona as que são mais
precisas.
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Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2015/07/por-que-algumas-pessoas-criam-memorias-falsas.html
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