quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Como tragédia e como farsa

Aí abaixo temos a primeira página do jornal francês Le Monde (26/08/2015). Ela é a paradigmática do que se passa na Europa nos dias atuais. Por duas razões. Primeira, a fotografia mostrando imigrantes rastejando, como animais, sob arames, para ingressarem no continente; sendo que, em sua maioria, os europeus lá não os querem - disse o primeiro-ministro britânico, por exemplo, que os estrangeiros, forçando a entrada, 'são uma praga' (algo similar ao que, na França, Sarkozy falou, há algum tempo, em relação aos africanos e descendes: 'escória que quer tomar conta da França'). A segunda razão é relativa à manchete do jornal: informa que uma parte da Igreja Católica escolheu (decidiu, em forma de tradução oblíqua, fica melhor) dialogar com a Frente Nacional - isto é, com a organização xenófoba e fascista francesa, inicialmente liderada por Jean-Marie Le Pen, e agora por sua filha Marine Le Pen. Realmente, há pessoas/segmentos que não aprendem mesmo com as lições da História. O Papa Pio XII também começou assim, e terminou consagrado como o 'Papa de Hitler'. Talvez Marx tenha exagerado ao assinalar o reconhecimento apenas em torno de uma ciência, a Ciência da Historia. Mas, por certo, cabe-lhe razão no seu 'axioma' segundo o qual a História se repete, como tragédia e como farsa. 


Une partie de l'Eglise catholique choisit de dialoguer avec le FN. C'est la Une du Monde aujourd'hui #banalisation

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