A História da Arte proporciona-nos o benefício de lembrar o que, nesse contexto, não deve ser esquecido. Pois bem, vive-se por este mês os 79 anos do desaparecimento do poeta e dramaturgo espanhol Frederico García Lorca, assassinado pelos fascistas em 19 de agosto de 1936 durante a Guerra Civil Espanhola. Autor de uma vasta obra, com algumas incursões pelo surrealismo, Lorca é um típico autor dos 'imprevistos da vida' e da 'recusa a um modo único de existir'. Ele próprio era expressão disso. Em sua memória, reproduzo a seguir o seu 'Gazel do amor que não se deixa ver', pelo que então "não se sabe" o corpo de quem era.
Lorca: tristeza e alegria na alma como chuva serena |
Por Frederico García Lorca
Somente por ouvir
o sino da Vela
pus em ti uma coroa de verbena.
Granada era uma lua
afogada entre as heras.
Somente
por ouvir
o sino da Vela
destrocei meu jardim de Cartagena.
Granada era uma corça
rosada pelos cataventos.
Somente
por ouvir
o sino da Vela
me abrasava em teu corpo
sem saber de quem era.
Nenhum comentário:
Postar um comentário