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| Agreste pernambucano sob o inverno - Gravatá | 
Por Vinicius de Moraes 
Inverno, doce inverno das manhãs 
Translúcidas, tardias e distantes 
Propício ao sentimento das irmãs 
E ao mistério da carne dos amantes: 
Quem és, que transfiguras as maçãs 
Em iluminações dessemelhantes 
E enlouqueces as rosas temporãs 
Rosa-dos-ventos, rosa dos instantes? 
Por que ruflaste as tremulantes asas 
Alma do céu? o amor das coisas várias 
Fez-te migrar - inverno sobre casas! 
Anjo tutelar das luminárias 
Preservador de santas e de estrelas... 
Que importa a noite lúgubre escondê-las?
 
 
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