terça-feira, 21 de julho de 2015

Grécia: o apoio ao Syriza e o malogro dos 'profetas do fato consumado'

sondagem 18 julho


Com posição diferente em relação às 'análises' que pululavam por estas paragens no imediato pós-acordo Grécia-União Europeia, escrevi que elas desconheciam a realidade grega, que era um desatino qualificar Tsipras como um 'traidor', que ele resistiu até onde foi possível, que teve uma postura transparente diante do povo grego e educativa politicamente falando perante os que perfilam ao seu lado. O texto repercutiu, e foi objeto de debate em Opera Mundi, dada a divergência ali entre Breno e Max Altman. Pois bem, pesquisa que acaba de ser divulgada, com uma amostragem significativa, realizada por Palmos Analysis, vem confirmar as indicações do texto. Como pode ser visto aí acima, os gregos aprovaram a posição de Tsipras, e por ampla margem, desmentindo então as 'análises' que diziam ter ele traído o resultado do referendo. Em síntese, uma leitura da pesquisa: 

1) Numa eleição hoje, o Syriza teria 42% dos votos; a Nova Democracia 21,5%; o Potami 8%; o PASOK 6%; a Aurora Dourada 6,5%, o KKE 5,5% e os Gregos Independentes 3%. Ou seja, num pleito hoje, o Syriza obteria maioria absoluta, ocupando 164 cadeiras no parlamento, ficando em segundo lugar a Nova Democracia com 58. 

2) Tendo em conta a conjuntura vivida, de agravamento da crise e da pressão alemã, 70% dos gregos disseram apoiar o 'acordo' com a União Europeia, respaldando Tsipras, sendo desses 63% eleitores do Syriza e 89% da Nova Democracia. 

3) E quanto à questão continuidade no euro ou volta ao dracma, 73% querem a continuidade. 

É isso aí. A realidade está a desmentir as abordagens dos 'profetas do fato consumado' e dos opiniáticos. 




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