Ou o esvanecer ontológico.
Por Florbela Espanca
Ah! arrancar às carnes
laceradas
Seu mísero segredo de
consciência!
Ah!
poder ser apenas florescência
De
astros em puras noites deslumbradas!
Ser
nostálgico choupo ao entardecer,
De
ramos graves, plácidos, absortos
Na mágica tarefa de
viver!
Ser haste, seiva, ramaria
inquieta,
Erguer ao sol o coração
dos mortos
Na urna de oiro duma flor
aberta!...
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