quarta-feira, 15 de julho de 2015

Notas da imprevisibilidade

Brazil is not for beginners,  já dizia Tom Jobim. Fica a critério de cada um a escolha por o 'Brasil não é para principiantes' ou o 'Brasil não é para amadores'. E por estes dias então! Tempos tensos em Brasília. Breves (e provisórias) notas da imprevisibilidade: 

1) A turma que atua na linha de frente da oposição anda de bandeja na mão à procura de cabeças. O alvo é a da Presidente, mas, na falta da dela, por agora, aceita outras. De uma só tacada queria três, através da convocação, para depor na CPI da Petrobrás, do ex-ministro José Dirceu, dos ministro Aloiso Mercadante e Edinho Silva. Mas contentava-se só com Dirceu, o consultor. Estranhamente, ou talvez nem tanto, o PT, na Câmara, tirou Dirceu da fogueira e colocou o ministro da Justiça, José Eudardo Cardozo. Vai depor na CPI. É isso: os petistas preferiram expor o ministro da Justiça, jogando-a às feras, do que concordar com a convocação do ex-ministro José Dirceu. 

2) Em contas arredondas, a referida turma diz já ter contabilizados 250 votos favoráveis a um eventual impeachment da Presidente Dilma. São necessários 342. Mas, pelo meio do caminho, o governo vai tendo uma ajuda da divisão no PSDB: enquanto Aécio desejo a deposição completa (da Presidente e do Vice), com a realização de novas eleições, o governador Geraldo Alckmin torce o nariz, pensando na sua candidatura em 2018, e prefere que a Presidente termine o mandato enfraquecida. A toada de José Serra é semelhante a isso, mas seria do seu agrado a adoção, para já, do parlamentarismo, esvaziando o mandato presidencial. 

3) Em sintonia com o projeto do PSDB paulista, órgãos de comunicação, sutilmente, emitem sinais de que estão a repensar o apoio total à posição aecista. 

Certo estava o Tom - a coisa por estas paragens não é para amadores. E quando os 'ventos de agosto' chegarem, a imprevisibilidade tende a aumentar ainda mais, com as manifestações de rua que estão a ser programadas. 

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