Reproduzo aí abaixo alguns pontos básicos da minha intervenção num, digamos, 'debate eletrônico' com colegas a propósito da deposição da Presidente Dilma, hipótese na qual a oposição passou a jogar pesado nos últimos dias.
Por Ivonaldo Leite
O roteiro está dado, e a marcha em curso. Os ‘ventos de
agosto’ (mês ‘cruel na política’) vão apontar para onde coisas vão. Alguns
aspectos de análise chamam a atenção, dentre eles:
1) A forma despudorada como magistrados, jogando no lixo
a suposta imparcialidade da toga, passaram a tomar partido, mancomunando-se em
conspirações. E pior: com segmentos que têm na ‘ficha criminal’ os mesmos
delitos que eles, magistrados, estão condenando.
2) O desacordo na oposição: se conduz a deposição apenas
da Presidente ou também do Vice; como cosnsequência, se devem ser realizadas
novas eleições ou se é feito um “governo de entendimento” com o PMDB/Michel Temer.
Na ‘entourage’ de José Serra, e talvez também de Alckmin, esta última é a
alternativa mais acalentada – pavimentar-lhes-ia o caminho para 2018. Para
Aécio, contudo, isso não interessa.
3) A evaporação do lulismo, a inércia do governo e a
imobilidade do PT. Seguindo a toada no atual ritmo, consumando-se a deposição
da Presidente, esta será um passeio – sem contraponto. Será uma típica derrota
de quem, por opção, há já bastante tempo, politicamente, escolheu (incondicionalmente)
a ‘linha de menor resistência’. Deste ponto de vista, cabem significativas
responsabilidades ao lulismo e à cúpula do PT pelos desdobramentos dos fatos.
4) De resto, por fim, os rumos dos acontecimentos no
Brasil não podem ser deslocados da questão geopolítica mais geral no contexto
da América Latina.
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