sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Companhia de si próprio

vangogh
Le Café de Nuit, de Vicent van Gogh
Por Allan Moreira

Uma série de receios e preconceitos nos fecha para exceder o protocolo social do clássico “bom dia” ou a resposta monossílaba para o “tudo bem?”. Logo, o quão correto é alegar que o encontrar de boa companhia é pouco provável atualmente quando muitas vezes nossa própria disposição para ser uma é escassa?
Ao discorrer sobre a palavra acompanhar é válido ressaltar que esta não se limita ao incompleto, porém importante, ofertar da presença física no percorrer da mesma direção ou permanência em um local. Uma real companhia surge pelo doar do viver mutuamente, ao esquecer o correr de ponteiros do relógio no apreciar de um momento.
O receio da solidão é inerente naquele que se esquece, ou foge, da própria companhia. Entretanto, estabelecer relacionamento leal com a própria essência pode não revelar respostas daquilo que necessariamente se deseja, mas do que se precisa para ser realmente feliz.
Estar apto para fazer companhia para si mesmo é enxergar o brio de “estar só” como oportunidade para descobrimento e ascensão. A harmonia na autoconvivência se apresenta no singelo presente entregue na forma de um sorriso para o reflexo do espelho, capaz de originar ondas de pensamentos positivos que fomentam a sensação de paz interior.
Em um diálogo interno, todo ser humano compōe diariamente sua “carta de vida” narrando alegrias e tristezas que presencia. Desenvolver este “manuscrito” por seu melhor ângulo é o escrever de um convite para a “companhia do eu” que prontamente estende  a sua própria terceira mão,  conduzindo-lhe à gratidão e coragem para prosseguir.
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Fonte: http://lounge.obviousmag.org/. Título original: 'Companhia do Eu'. 





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