Le Café de Nuit, de Vicent van Gogh |
Por
Allan Moreira
Uma
série de receios e preconceitos nos fecha para exceder o protocolo social do
clássico “bom dia” ou a resposta monossílaba para o “tudo bem?”. Logo, o quão
correto é alegar que o encontrar de boa companhia é pouco provável atualmente
quando muitas vezes nossa própria disposição para ser uma é escassa?
Ao
discorrer sobre a palavra acompanhar é válido ressaltar que esta não se limita
ao incompleto, porém importante, ofertar da presença física no percorrer da
mesma direção ou permanência em um local. Uma real companhia surge pelo doar do
viver mutuamente, ao esquecer o correr de ponteiros do relógio no apreciar de
um momento.
O
receio da solidão é inerente naquele que se esquece, ou foge, da própria
companhia. Entretanto, estabelecer relacionamento leal com a própria essência
pode não revelar respostas daquilo que necessariamente se deseja, mas do que se
precisa para ser realmente feliz.
Estar
apto para fazer companhia para si mesmo é enxergar o brio de “estar só” como
oportunidade para descobrimento e ascensão. A harmonia na autoconvivência se
apresenta no singelo presente entregue na forma de um sorriso para o reflexo do
espelho, capaz de originar ondas de pensamentos positivos que fomentam a
sensação de paz interior.
Em
um diálogo interno, todo ser humano compōe diariamente sua “carta de vida”
narrando alegrias e tristezas que presencia. Desenvolver este “manuscrito” por
seu melhor ângulo é o escrever de um convite para a “companhia do eu” que
prontamente estende a sua própria
terceira mão, conduzindo-lhe à gratidão
e coragem para prosseguir.
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Fonte: http://lounge.obviousmag.org/. Título original: 'Companhia do Eu'.
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