terça-feira, 15 de setembro de 2015

Pais, professores e o início das aulas

Pesquisadores das universidades de Oxford e Havard acabam de publicar um trabalho, resultado de uma pesquisa, em que asseguram que o convencional horário do início das aulas para jovens e adolescentes, pela manhã, não é apropriado. O artigo intitula-se 'Synchronizing education to adolescent biology: let teens sleep, start school later', e foi publicado pelo periódico Learning, Media and Technology. Pode ser traduzido, de forma direta, como 'Sincronizando a educação com a biologia adolescente: deixe os jovens dormirem, comece a escola depois'. Está disponível integralmente aqui: http://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/17439884.2014.942666. Aí abaixo, a repercussão da pesquisa no Brasil pela Revista Galileu. 

 Aulas tradicionais são menos eficientes (Foto: Kevin Dooley/Flickr/Creative Commons)

Por Isabela Moreira 
(Revista Galileu) 

Segundo os pesquisadores Paul Kelley, Steven W. Lockley, Russell G. Foster e Jonathan Kelley, das universidades de Oxford e Harvard, os adolescentes estão sendo biologicamente condicionados a acordarem em horários cedo demais. Para os acadêmicos, as aulas de adolescentes de 16 anos deveria começar entre 10h e 10h30, e as dos jovens de 18 anos, entre 11h e 11h30.
As sugestões são baseadas em experiências realizadas em diversas escolas nos Estados Unidos. Os pesquisadores ressaltam que dormir mais, no caso dos adolescentes, é uma necessidade biológica, não preguiça.SAIBA MIS
No estado da Carolina do Norte, por exemplo, os alunos da oitava série cujas aulas começaram uma hora depois do que o normal tiraram notas mais altas nas provas. E quando o sistema escolar da cidade de Minneapolis, no Minnesota, alterou o horário de início das aulas de 7h15 para 8h40, os estudantes não só adoraram a mudança como mostraram uma melhora de comportamento, humor, desenvolvimento e presença. Neste caso, até os pais ficaram felizes: 92% deles afirmaram que seus filhos começaram a se comportar melhor a partir do momento que não precisavam mais acordar tão cedo.

Um comentário:

  1. Gostaria de ressaltar que a revista Galileu não descreveu a metodologia da pesquisa, me fazendo perceber que eles simplesmente adiaram o horário de funcionamento. Nesse ponto já se sabe que adolescente estão em fase de crescimento e biologicamente o hormônio de crescimento funciona durante o sono (10 a 12 horas), enfatizando aqui o quantitativo. Entretanto, Biologicamente somos animais diurnos e não noturnos, contudo, devido as tecnologias as cidades funcionam 24 horas por dia, levando a mudanças de hábitos e influenciando nossos jovens a se divertirem até altas horas. Portanto apontar como necessário iniciar os estudos num horário mais tarde por fatores biológicos é antiético, antiprofissional e tendenciosa. Minha geração deitava entre as 20 e 21 horas e despertava entre as 5 e 6 horas da manhã. Isso mesmo! Despertava. Hoje, os adolescentes vão dormir após as 24 h, é obvio que estarão com sono as 7 horas da manhã do dia seguinte. E em que horário farão as outras atividades? E o primeiro emprego? E o jovem aprendiz? E em que horário irão estudar em casa?

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