Por Cláudia Alves
O que você quer ser quando
crescer? Depois de qual o seu nome e quantos anos você tem, essa é a pergunta
mais recorrente quando somos crianças.
Desde cedo, somos induzidos a
pensar em o que queremos ser. Isso, resumido a uma escolha profissional. Nesse
sentido, uma profissão é o que definirá você e todo o seu futuro.
Uma criança pouco sabe o que ela
é. Tão pouco sabe o que será. Por que tanto queremos saber o que uma criança
quer ser quando crescer se nem nós mesmos, enquanto jovens, adultos ou idosos,
ainda não sabemos o que somos e o que queremos ser?
Traçamos, em uma linha de desejos
e sonhos, o futuro que viveremos. E no presente nos damos conta de que esse
futuro não existe. Nunca existirá. E que não exista.
É entre o passado e o futuro que
estão os caminhos que desconhecíamos quando respondíamos o que queríamos ser
quando crescer. E esses caminhos, cheios de rotas e desvios, nos levam além do que
imaginávamos chegar.
Somos, por natureza,
controladores. Não temos como controlar todos os passos de nossas vidas. Mas
planejando o futuro é o mais próximo que chegamos desses passos.
Estamos sempre cheios de planos
para o futuro. Pouco nos notamos que o presente de agora é o futuro de ontem. E
quando notamos, respondemos que esse ainda não é o futuro que escolhemos.
Quantos partiram dessa vida sem
viver o futuro que escolheram? Quantos vivem ainda no desejo de concretizar o
que queriam ser quando crescer, mesmo já crescidos, só para pôr The End na
história que escrevera para si?
Felizes daqueles que se tornam o
que queriam ser e que vivem o futuro que escolheram. Ou infelizes?
Talvez seja essa a nossa sentença.
Viver fora da gaiola que construímos para nós mesmos. Ou viver dentro dela.
Aos cinco anos de idade, quando
John Lennon foi perguntado, na escola, sobre o que queria ser quando crescer,
ele escreveu “feliz”. E é esse o nosso maior desejo, independentemente de
nossas idades. Quem sabe, quando um dia pararmos de responder a “o que você
quer ser quando crescer?” com médico, engenheiro, advogado, astronauta ou
artista, sejamos mais felizes em nossos futuros e vivamos o futuro que
escolhemos.
Afinal, o que somos não é quem
somos.
Hoje, você é o que quis ser?
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Fonte: http://obviousmag.org/
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