Por Larissa Bispo
Todos
nós deveríamos tirar pelo menos quinze minutos do nosso dia para fazer um
exercício de auto-conhecimento. Não falo das perguntas gerais como "Quem
eu sou?" ou "O que eu espero da minha vida?", mas acordar todos
os dias e se perguntar "Por quais razões eu estou aqui, onde estou, nesse
momento?" ou "Como eu quero que seja o meu dia, hoje?"
Acredito
que tudo ou quase tudo que nos cerca, o que sentimos e o que influencia nossas
atitudes e decisões se resume a um só conceito: visão. Não passar na entrevista
do emprego dos seus sonhos pode significar que você está desempregado e que sua
vida profissional está acabada, como pode ser a oportunidade para você procurar
algo que se identifique mais e te faça crescer. Terminar um relacionamento pode
ser uma das piores experiências da sua vida, o chão pode desabar aos seus pés e
você pode se sentir um lixo, abandonado e sem rumo por meses ou pode fazer
disso um aprendizado e aproveitar a maior oportunidade para se descobrir e se
amar completamente, sem depender de mais ninguém.
Isso
chama-se visão.
Imagine
que hoje, ao sair de casa, você resolva sacar uma grande quantia de dinheiro no
banco. Ao sair de lá, seja assaltado e leve um tiro de raspão no seu ombro
esquerdo. Ao acordar, no hospital, você terá duas escolhas: se lamentar e
vitimizar-se por ter perdido todo o seu dinheiro ou agradecer à vida por estar
bem e por aquela bala ter desviado alguns centímetros para longe do seu
coração. O significado de todo acontecimento depende do filtro pelo qual o
vemos.
A
visão que temos a respeito do que nos acontece e dos nossos problemas, sejam
eles grandes ou diários, é o que define a capacidade que temos de sermos
felizes.
Decepções
amorosas, problemas de saúde ou familiares, luto, fracasso profissional - tudo
isso, ao serem encarados de certa forma, podem parecer os seus piores
problemas, mas podem ser a maior oportunidade para você ressignificar a sua
vida. Isso quer dizer dar um novo significado ou um novo sentido para aquilo
que acontece com a gente e, logo de cara, vimos como o fim do mundo, algo
praticamente sem solução naquele momento. Dessa forma, esquecemos que os únicos
responsáveis pelo rumo que damos à nossa vida e às escolhas que fazemos somos
nós mesmos.
Quantas
vezes já responsabilizamos outras pessoas pelo que acontece com a gente?
"Eu era um ótimo funcionário e ele me demitiu"; "Eu estudei
tanto, mas o professor me deu nota baixa"; "Eu era o(a) melhor
namorado(a) do mundo, mas terminaram comigo". Não devemos nos culpar
quando erramos ou quando as coisas simplesmente não dão certo, mas devemos
assumir a responsabilidade pela nossa própria vida, e, principalmente: estar no
controle dela. Conseguir enxergar que temos o poder de encontrar a solução nos
próprios problemas e entender que somente nós mesmos somos responsáveis pela
nossa própria felicidade.
Isso
é a arte de ressiginificar. E digo arte porque não é fácil, mas é possível
desenvolver esse poder e ressignificar quem somos todos os dias. É disso que
precisamos. Conseguir parar, no meio da rotina, e pensar sobre o que esperamos
de nós mesmos e como vamos lidar com nossas próprias decisões e incompreensões.
Enxergar a vida da forma que queremos vê-la. Saber que todos os dias são
diferentes e que podemos fazê-los serem bons, mesmo quando não são. Entender
que errar é inevitável, mas é imprescindível tirar algo bom do erro, para
acertar depois. Aceitar que nem sempre somos responsáveis pelo resultado das
nossas escolhas, mas somos capazes de tornar nossas próximas ações meios para
que o que não deu certo não se repita.
Teóricos
mencionam que nossa felicidade depende 5% daquilo que nos acontece e 95% do que
fazemos com isso, ou seja, como reagimos e qual sentido atribuímos. Sejamos
capazes de nos permitir sofrer, chorar e nos arrepender, mas que o processo de
lamentação seja mais curto do que é hoje, uma vez que ele é inteiramente
desnecessário.
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Fonte: http://obviousmag.org/
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