Aqui temos a capa da edição do jornal francês Libération, o 'velho Libe', desta quinta feira (22/10/2015), e aí acima folhas internas suas, realçando o encontro entre Vladimir Putin e Bashar al-Assad. Trata-se de uma reportagem, digamos, paradigmática sobre a nova postura da Rússia, a sua ação na Síria e o novo quadro geopolítico internacional que se desenha, o que leva o jornal a indagar: 'Uma nova ordem mundial?'. O Libe regista, com razão, que a ação de Moscou foi um golpe de mestre. Jogou com a 'arte estratégica do conhecimento'. Os eurocêntricos analistas políticos estão a "engolir poeria" com o fato. E nisso que dá, em muitos casos, confundir desejo com realidade, como se de psicanálise se tratasse, e não dos jogos do poder e do movimento entre estrutura e conjuntura. Está ficando para trás também a França (como de resto a União Europeia), relegada à condição de anã diplomática, para assuntos do Médio Oriente, em decorrência da sua submissão/cumplicidade em relação à desastrosa e criminosa política externa estadunidense para aquela região, cujas consequências os países europeus estão a sentir com a crise imigratória/dos refugiados. Em suma, a ordem do mundo está em marcha num novo quadro de
disputa geopolítica, recolocando em novas posições os Estados Unidos e a Rússia. E
essa disputa tem reflexos na América Latina, conforme já tivemos oportunidade
de tratar do tema (por exemplo, aqui: http://www.ocomuneiro.com/nr20_08_Ivonaldo_Leite.html). A propósito, é de se indagar de onde vem o apoio material/financeiro e ideológico para manifestações que, atualmente, tomam conta
da região pregando a deposição de governos eleitos, defendendo posições
fascistas e a instauração de ditaduras militares.
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