Lira: Labirinto e curvas do movimento |
Corriam os anos 1980 e um dos lemas de uns rapazes de cabelos compridos e barbas ainda ralas (alguns) era 'na política, o que importa são objetivos; no amor, o movimento...' Claro, eles eram influenciados por leituras de outras paragens. Assim digo (ou relembro) para falar outra vez do novo trabalho do Lira. Antes de mais nada, cabe registrar a excelente recepção que vem obtendo da crítica cultural especializada. Não por acaso a Rádio UOL/SP (referência nacional especializada em música) deu-lhe destaque e abriu-lhe um amplo espaço para apresentação do álbum. Pois bem, o Lira parece que conseguiu fazer a fusão entre objetivo e movimento: o primeiro, a intencionalidade da busca permanente da criação, que faz a razão de ser da criatividade artística; o segundo já está aí, no devir da criação. Uma 'ética estética da existência' que está a dar nó na cabeça dos críticos: indagam-se sobre como classificar o trabalho do Lira, qual é o estilo? Não estão seguros nas respostas. Quando uma obra artística consegue fazer isso, ela já cumpriu bem a teleologia da sua ontologia. Mas, convenhamos, não parece ser uma tarefa fácil realizar tal classificação - ou se calhar não seja mesmo possível. E talvez seja isso o que pretende o Lira, afinal esse é o deambular do singular e do universal. Então, o que encontramos pelo Labirinto e o Desmantelo? Romantismo, psicodelia, melancolia, pop rock... experimentalismo e aventura musical. Confira isso você mesmo/a ouvindo as dez músicas que compõem o álbum, aqui: http://www.deezer.com/album/10183190. Algumas, além da que intitula o trabalho, já começam a se destacar, como 'desamar', 'pra fora da terra', 'o mergulho', 'quem sabe é para sempre'. Nas curvas do movimento.
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