domingo, 4 de setembro de 2016

31 de agosto de 2016 e o 'drive' histórico

O novo governo brasileiro não tem dado demonstrações de que pretende recurar na dura agenda político-administrativa que pretende implementar. O certo, parece, é que não avançará medidas antes de serem finalizadas as eleições municipais (em primeiro e segundo turnos), pois seria atirar nos pés dos seus aliados. Reforma da previdência, reforma trabalhista - com aumento do tempo para aposentadoria -, fim da estabilidade no serviço público/programa de demissões, cobrança de mensalidades nas universidades públicas/cortes em bolsas, esvaziamento de órgãos como a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) e até - especula-se - revisão de contratos já firmados constituem uma dura pauta. Provavelmente nenhum candidato se elegeria presidente dizendo que iria tomar medidas como essas, e esse não foi o programa eleito em 2014. De resto, há assimetria. Sacrifício à maioria da população, sem que se cobre nada, por outro lado, de quem sempre lucra, seja em tempos de bonança ou de crise: o rentismo, os que lucram com os juros, os beneficiários da dívida pública. Se a população soubesse a sangria que a dívida pública representa, talvez tivesse outra atitude, por exemplo, em períodos eleitorais ou frente ao comportamento da grande imprensa.  Dentre outros, serão tais fatos que vão configurar o significado histórico do dia 31 de agosto de 2016, dia este em que a ex-Presidente Dilma Rousseff foi definitivamente deposta da Presidência da República. Notas desse processo, que já tenho realçado neste espaço, com acréscimos, foram reunidas num artigo e publicadas pelo jornalista Jamildo Melo (Recife, JC/UOL), aqui: http://blogs.ne10.uol.com.br/jamildo/2016/09/02/31-de-agosto-de-2016-historia-se-encarregara-de-colocar-as-coisas-no-seu-lugar/. A chamada da abertura do artigo/manchete é dele. 

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