terça-feira, 10 de março de 2015

Protestos e política: marcha da imprevisibilidade

Uma semana bastante peculiar esta que estamos a viver no Brasil. Uma análise, com cautela, do que pode vir a acontecer certamente não se precipitará em juízos mais assertivos. Além da capacidade de argúcia no exame, faz-se necessário empiria, isto é, fatos, e estes não se revelam à primeira vista. A situação é de imprevisibilidade. Do que até agora foi posto sobre a mesa, parece-me que se pode dizer o seguinte: 

1) A reação do PT aos protestos do último domingo, durante o pronunciamento da Presidente, "pecou" no tom. Praticou a arte de atirar nos pés. A Presidente saiu-se melhor ao comentar o acontecido. 

2) Os protestos do domingo padeceram de dois problemas: 1) soa "estranho" quem tem a 'barriga cheia' bater em panela vazia para protestar; 2) os termos de baixo calão utilizados contra a Presidente desqualificam quem os pronuncia, e o portando também os próprios protestos.  

3) Como disse antes, ao que parece, há uma interlocução em marcha entre o governo e o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele emite sinais de que não abona a ideia do impeachment. Foi categórico ao dizer que 'tirar Dilma não adianta nada', apontando, sim, problemas no sistema político (mais sobre isso aqui: http://www.cartacapital.com.br/blogs/parlatorio/nao-adianta-tirar-dilma-diz-fhc-1678.html). 

De resto, é necessário ter muita pachorra para ouvir tanta baboseira de quem não fala trinta segundos sem dizer uma asneira (dos dois lado: no ataque ao governo e na defesa), mas, mesmo assim, arvora-se numa arrogância que é de abalar as pirâmides do Egito. Não falo das pessoas comuns em geral. Refiro-me, por exemplo, a quem tem diploma de curso superior ou desfila pelos corredores universitários. Refiro-me a quem, supostamente na classe média, têm acesso a bens  (materiais, culturais, etc) inacessíveis à maioria da população, mas tem a cabeça vazia. É sobre esses que falo. Para outros "vestais" que por aí andam, seria um bom presente uns dois litros de olho de peroba. A propósito do troféu dois litros de olho de peroba, a sua atribuição entre entre os políticos está assim: da parte do governo, o senador Lindberg Farias, ex-cara pintada, está bem posicionado para recebê-lo; da parte da oposição, o senador José Agripino já foi para o trono. 

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