Entre a sexta-feira 13, de manifestações contrárias ao impeachment da Presidente Dilma, e o domingo, de manifestações favoráveis ao seu afastamento (e até mesmo de defesa da volta dos militares), há um sábado. Pergunta-se: qual avaliação, objetiva e imparcialmente, pode ser feita das manifestações da sexta-feira 13? Quatro breves notas a respeito:
1) Superaram o previsto no tocante às expectativas positivas do governo, sobretudo em São Paulo. Estado onde a Presidente vive o seu maior desgaste e também onde, durante a semana, ela foi vaiada, a oposição dizia que lá estariam apenas alguns 'gatos pingados'. Não foi isso que se viu. A organização da manifestação na Avenida Paulista, superdimensionando os números, falou na presença de 100 mil pessoas. A PM subdimensionou: apontou 12 mil. Claro, havia um problema na contagem - 'nem tanto ao céu, nem tanto à terra'. Como bem disse o informado jornalista Vandeck Santiago, a quantificação de pessoas em eventos tem regras bem definidas. Em um metro quadrado, cabem 9 pessoas, no máximo, em grandes concentrações (aquelas do aperto, com as pessoas juntas umas das outras); se a manifestação for média, são 6 pessoas; se for pequena, 3. Dirimindo as discrepâncias, o Datafolha estimou o número de participantes em 41 mil pessoas. Considere-se ainda que as manifestações ocorreram numa sexta-feira, um dia útil, onde a disponibilidade para participar fica reduzida.
2) Pode-se tirar como ilação que, muito embora segmentos que votaram na Presidente não estejam satisfeitos com as concessões feitas à direita pelo governo (e também com outras medidas mais), eles estão dispostos a defender o mandato presidencial, e denunciam a tese do impeachment como sendo golpe.
3) Vislumbra-se novamente a polarização Esquerda e Direita no debate, seja pelas posições defendidas pelos manifestantes da sexta-feira 13, seja pelas posições presentes entre os defensores do impeachment - aliás, simbolicamente, já começa a ser explorado o fato de os mesmos terem escolhido o dia 15 de março para a manifestação, pois esta foi uma data de posse de presidentes no período da ditadura militar.
4) O caráter pacífico da movimentação contou positivamente, fazendo uma espécie de contraponto aos discursos agressivos de setores da oposição, que têm sido denominados 'discursos do ódio'.
De resto, é esperar o domingo chegar. Ver como, do lado oposto, decorrerão as manifestações.
3) Vislumbra-se novamente a polarização Esquerda e Direita no debate, seja pelas posições defendidas pelos manifestantes da sexta-feira 13, seja pelas posições presentes entre os defensores do impeachment - aliás, simbolicamente, já começa a ser explorado o fato de os mesmos terem escolhido o dia 15 de março para a manifestação, pois esta foi uma data de posse de presidentes no período da ditadura militar.
4) O caráter pacífico da movimentação contou positivamente, fazendo uma espécie de contraponto aos discursos agressivos de setores da oposição, que têm sido denominados 'discursos do ódio'.
De resto, é esperar o domingo chegar. Ver como, do lado oposto, decorrerão as manifestações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário