sábado, 21 de março de 2015

'O que não passa de casualidade é nulo' - ciência

Sábado na boa tradição da Economia Política Clássica, na cidade do Conde, agregando professores da UFPE e da UFPB, além de outros atores sociais. Vamos de Capítulo X, do livro III, de O Capital. Desde logo, uma espécie de axioma para se procurar viver nesse instável mundo onde tudo que é sólido desmancha no ar: 'o que não passa de casualidade é nulo do ponto de vista científico, devendo considerar-se inexistente'. A seguir, o rumo que tomará a minha prosa  no debate. 

Interpretação do Capítulo X, com alguns realces no Capítulo IX, do Livro III, de O Capital, de Karl Marx
Ivonaldo Leite

1.1         - Tempo de trabalho socialmente necessário: tempo de trabalho necessário à produção de qualquer valor de uso sob as condições normais em uma determinada sociedade e com o grau médio de habilidade e de intensidade predominantes nessa sociedade. O que determina exclusivamente a magnitude do valor de qualquer produto é, então, a quantidade de trabalho socialmente necessário ou tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção. É, portanto, sinônimo de trabalho abstrato, que é a substância do valor, se sua medida se faz em unidades de tempo. A expressão está em contraste com o trabalho individual. Tempo padrão para a produção da mercadoria.

1.2         –  Composição orgânica do capital: relação entre os valores do capital variável e do capital constante – Coc = v/c.

1.3         Taxa geral de lucro: nivelamento das taxas de lucro dos diferentes ramos.

1.4         Taxa média de lucro: média das taxas de lucro das empresas num determinado ramo.

1.5         –  Superlucro: É uma forma extra de mais valia, obtida por empresas que operam com uma base técnica desenvolvida e que permite a produção de mercadorias por um menor preço;

1.6         -  Preço de produção: custo de produção + lucro médio. Preço de produção é a grandeza média em torno da qual, em última análise, oscilam os preços de mercado das mercadorias, os preços pelos quais as mercadorias são vendidas. A transformação do valor em preço de produção faz com que a mais valia passe a se manifestar sob a forma de lucro médio.

1.7 – Mercadoria: Forma que os produtos assumem quando a produção é organizada por meio de troca. A mercadoria tem duas características: a) pode satisfazer uma necessidade humana, como valor de uso; b) pode obter outras mercadorias em troca, tem poder de permutabilidade, o que Marx chamou de valor. São os componentes da mercadoria: a) capital constante; b) capital variável; c) mais-valia. A grandeza de valor da mercadoria é determinada pela quantidade de trabalho socialmente necessário. Deve ser considerada como massa total, e não como produto isolado.

1.8 A lei do valor regula o movimento das mercadorias, independente de como o preço é fixado. Portanto, nada se pode explicar em relação à oferta e à procura sem antes se conhecer a base sobre a qual opera essa relação. “A relação entre oferta e procura reflete, primeiro, a relação entre valor de uso e valor de troca, entre mercadoria e dinheiro, entre comprador e vendedor, e, segundo, a relação entre produtor e consumidor” (p. 217). Mais ainda: “a relação entre procura e oferta explica apenas os desvios que os preços de mercado têm dos valores de mercado” (p. 215).

1.9 – Há mercadorias que são exceções, “tendo preço sem possuir valor” (215).

1.10      – O custo capitalista da produção (cc + cv) é menor do que o seu valor (cc + cv + mv).

1.11      – A taxa de lucro é a forma metamorfoseada de mais valia - mv/C = mv/cc + cv.

1.12      – Com o desenvolvimento do capitalismo, o investimento e progresso técnicos são incrementados, aumentando a composição orgânica do capital, o que faz surgir a tendência à queda da taxa de lucro. Para o capitalista, o aperfeiçoamento técnico é uma forma de auferir mais lucros; contudo, outros também pensam assim e buscam o mesmo, intensificando a concorrência – queda da taxa de lucro e crise do sistema.




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