quarta-feira, 4 de março de 2015

Pesquisas irrelevantes e Prêmio Ignobel

Ora bem, o caro leitor certamente já ouviu falar do Prêmio Nobel, galardão atribuído pela relevância das contribuições em vários ramos do conhecimento/atividade social. Mas, e o Prêmio Ignobel? Talvez não. Pois bem, a ideia nasceu de, digamos, um espirituoso grupo de Havard, para chamar a atenção sobre pesquisas irrelevantes e bizarras - um brasileiro já foi agraciado, por estudar o impacto dos tatus na arqueologia. Aí abaixo está a relação dos ganhadores do Ignobel 2014, com as irrelevâncias e bizarrices que lhes credenciaram a tanto. Se a moda pega em determinados "contextos de pesquisa" Brasil afora, a toada vai longe. 

  (Foto:  )


Física - Concedido a Kiyoshi Mabuchi, Kensei Tanaka, Daichi Uchijima e Rina Sakai por terem estudado as propriedades de deslizamento de uma casca de banana.

Neurociência - Jiangang Liu, Jun Li, Lu Feng, Ling Li, Jie Tian e Kang Lee foram laureados por estudar a pareidolia, fenômeno que nos faz reconhecer padrões quando não existem. Um exemplo? Ver o rosto de Jesus em uma torrada ou rostos em rochas de Marte.

Psicologia - Peter K. Jonason, Amy Jones e Minna Lyons descobriram que notívagos, pessoas que se sentem mais ativas durante a noite, são mais manipuladoras e têm uma tendência maior à psicopatia.

Saúde pública - Os cientistas Jaroslav Flegr, Jan Havlicek, Jitka Hanusova-Lindova, David Hanauer, Naren Ramakrishnan e Lisa Seyfried foram premiados por avaliar se ter um gato poderia causar danos à saúde mental das pessoas.

Biologia - Vlastimil Hart, Petra Novakova, Erich Pascal Malkemper, Sabine Begall, Vladimir Hanzal, Milos Jezek, Tomas Kusta, Veronika Nemcova, Jana Adamkova, Katerina Benediktova, Jaroslav Cerveny e Hynek Burda (sim, toda essa galera) foram premiados por descobrir que, na hora de fazer o número dois, cães alinham seus corpos de acordo com o campo magnético da Terra.

Arte - Marina de Tommaso, Michele Sardaro e Paolo Livrea apontaram um laser para a mão de pessoas olhando para pinturas - a ideia era medir se a quantidade de dor que elas sentem durante esse processo era alterada caso a "arte" fosse bonita, neutra ou feia.

Economia - O prêmio foi concedido ao Instituto Nacional de Estatística da Itália que, para cumprir a determinação da União Europeia de aumentar sua receita nacional, incluiu dados de prostituição, contrabando, venda de drogas e outras atividades ilícitas do país, em sua receita.

Medicina - Ian Humphreys, Sonal Saraiya, Walter Belenky e James Dworkin foram premiados por tratar hemorragias com tiras de carne de porco.

Ciência Ártica - Eigil Reimers e Sindre Eftestol levaram o prêmio por estudarem comorenas reagiam a humanos fantasiados de urso polar.

Nutrição - Raquel Rubio, Anna Jofra, Belen Martin, Teresa Aymerich e Margarita Garriga colocaram bactérias vindas de fezes de bebês em alimentos. A ideia era estudar o potencial probiótico desses organismos.

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