Espírito inquieto, apreciador do silêncio da sua própria companhia e homem de vida atribulada, o inglês Joseph Mallord William Turner é definido por muitos historiadores como o 'primeiro pintor de vanguarda'. Um pouco da sua vida e obra, agora, chega à grande tela com o filme 'Sr. Turner'. Claro, como é próprio das adaptações, o filme tem diversos aspectos que em nada dizem respeito à história real. Mas faz parte. Turner tinha um verdadeiro fascínio pela luz e seus efeitos, tendo estudos sobre a variação das cores, e assim o seu trabalho foi considerado ponto de referência da paisagem romântica. De outra parte, de realce, o filme expõe o incômodo que foi o advento da fotografia para a pintura (imagine hoje!) - temos, desse modo, a porta aberta para a análise da questão sob a perspectiva de Walter Benjamin, com a 'Obra de Arte na Era da Reprodutividade Técnica'. Pela versão cinematográfica, no leito de morte, Turner, ao lado do médico, diz: 'então tornar-me-ei nada'. No momento final, falecendo, afirma que a 'entidade divina é o sol'. O filme está indicado ao Oscar de melhor fotografia. Não é de se levar muito a sério o cinema de Hollywood - se 'Sr. Turner' não ganhar a estatueta, ter-se-á mais um fato a depor contra a sua credibilidade. Aí abaixo, o trailer.
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