O protesto levado a cabo, ontem, contra o Projeto da Terceirização alcançou grande adesão, mas foi deslocado de foco na grande mídia com a pauta da prisão do, agora, ex-tesoureiro do PT João Vacari Neto. A coincidência de data entre a decretação da prisão do ex-tesoureiro e o protesto foi posta, por alguns, entre aspas. O deputado petista Sibá Machado, que se tem especializado, convenhamos, em 'atirar nos próprios pés', foi mais longe: bradou que se trata de 'uma prisão política'. Não perdendo tempo com especulações, vamos ao que interessa: pode-se afirmar que, de certo modo, a reação ao Projeto da Terceirização, em determinada medida, repercutiu positivamente para os objetivos das manifestações, pois, desde que assumiu a Presidência da Câmara, esta foi a primeira vez que o deputado Eduardo Cunha não conseguiu aprovar uma matéria na base do rolo-compressor e se viu obrigado a adiar a sua discussão para a próxima semana. Parlamentares que, em princípio, votaram a favor do Projeto se viram pressionados e ensaiaram uma 'inversão de marcha'. É evidente que, não tivesse sido a prisão de Vacari, a repercussão do protesto na impressa teria sido bem maior, mostrando para toda a população a sua real dimensão. Por conta disso, segmentos da CUT, sobretudo os mais conectados ao petismo, repisam lamentações que se confundem com as lamentações pela prisão do ex-tesoureiro. Neste último caso, antes de tudo, talvez devessem considerar (e tirar lições) que o fato é consequência de uma opção política que o setor hegemônico do partido fez, preferindo atuar na 'linha de menor resistência'. De resto, quem não teme contendas deve ter como perspectiva que 'chumbo trocado não dói' - ou também, como se prefere (dizem minhas raízes militares...) em estratégias de enfrentamento direto: 'quem não tem bala na agulha, não vá para o front'. Não há virtude sem coragem - na política e em tudo na vida.
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