Há já algum tempo, o Prof. Ruy Guerra, do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (um dos principais especialistas nacionais na área), alertou para a vulnerabilidade do ciberespaço, tornando as pessoas objeto de espias e de crimes digitais. A situação só tem se agravado, afrontando-se, portanto, o terreno das liberdades individuais. Os casos em universidades, por exemplo, são cada vez mais frequentes, assim como a espionagem internacional. Por outro lado, a notícia positiva é o desenvolvimento de dispositivos para investigar/descobrir a origem dos crimes digitais, assim como o surgimento de legislação própria para a punição. Aí abaixo, dois textos a respeito da questão, num dos quais o Prof. Ruy Guerra volta a defender a necessidade de comedimento no ciberespaço.
Por Aline Souza
Você já parou
para pensar que tipo de informações põe na internet? Nome, endereço, telefone,
senhas de cartões ou e-mail, fotos, vídeos, arquivos de textos e tantos outros
dados muitas vezes são publicados de maneira inocente e espontânea. Conteúdo,
muitas vezes, cobiçado por fraudadores. O relatório de fraude da RSA Anti-Fraud
Command Center (AFCC), divisão de segurança da EMC2 Corporation, constatou que
o Brasil está na lista dos cinco países – ocupando a quarta colocação – que
mais tiveram corporações vítimas de fraudes digitais no mundo. Segundo a RSA,
4% dos ataques de phishing (fraude eletrônica) no mundo foram destinados a
empresas daqui, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (28%), do Reino Unido
(13%) e da Índia (7%). Esses dados revelam uma tendência nada positiva: o
crescimento do roubo de identidade, muitas vezes facilitado pelo comportamento
de alto risco dos usuários da internet.
Segundo o professor do Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) Ruy Guerra, uma vez que os dados estão na internet não há
mais como apagá-los. “Existe a possibilidade de ocultar a informação, mas não
de deletar. Por isso, a única forma de evitar a exposição é não fornecer as
informações”, alerta. “Os mais experts também conseguem navegar por esses
arquivos ocultos na chamada deep web, que tem um conteúdo superior, e que os
mecanismos de busca padrão não conseguem acessar em uma simples pesquisa. Por
isso, oriento as pessoas a, de vez em quando, fazerem uma varredura para
descobrir se tem algum lugar armazenando os seus dados”, completa Guerra.
O designer Ighor Gonzaga, de 25 anos, apesar de ser muito cuidadoso na hora de
disponibilizar seus dados na internet, já passou pela experiência de ter
invadida sua conta de e-mail. “Fui acessar o Gmail e ele me notificou de um
acesso vindo de um computador da China”, lembra. “ Foi surpresa para mim,
porque nunca abro mensagens de banco e também não coloco minhas informações
aleatoriamente na rede”, conta.
Para o professor especialista em ciências
criminais da Faculdade Maurício de Nassau Wagner Arandas, antes de divulgar
qualquer dado é importante se certificar de que aquela informação é mesmo
necessária. “A gente mesmo expõe esses dados. Foursquare, Facebook, Twitter,
contas de e-mail e fotografias são arquivos íntimos e, muitas vezes, não se faz
ideia do que se está lançando ali na rede.” É muito melhor adotar atitudes
preventivas.
Fonte: http://www.em.com.br/
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Por Jaizé Alencar
Já imaginou ser vítima de algum crime virtual? Ter a sua
conta bancária mexida, sua rede social
invadida ou mesmo ter seus dados pessoais divulgados para milhares de pessoas
por alguém que você não autorizou? Dois em cada três internautas já foram
vítimas de crimes virtuais no mundo.
Os dados são do relatório
de cibercrime, divulgado pela Norton, linha de antivírus da empresa de soluções
de segurança virtual Symantec.
Desde seu surgimento, os
vírus de computador evoluíram, com a popularização dos smartphones e do
comércio eletrônico, novas ameaças ganharam espaço entre os internautas, isso
porque dois terços dos operadores não usam dispositivos de seguranças, o que os
expõem a vírus ou a programas mal-intencionados (malware), mostra o relatório.
A auxiliar administrativa,
Rebecca Oliveira, de 26 anos, conta que no auge da rede social Orkut, teve sua
conta invadida. “Alguém trocou minha senha, colocou no meu perfil a foto de um
homem pelado, trocou as legendas das minhas fotos, foi o muito constrangedor.
Todo mundo que me encontrava perguntava e eu já não sabia o que fazer, até que,
com muito esforço, consegui resolver o problema”, lembra Rebecca.
Depois do problema, ela
passou a ficar mais atenta. “Agora, na era do Facebook, estou mais atenta, não
abro minha conta em qualquer computador, não deixo minhas fotos liberadas para
qualquer pessoa ver. Praticamente, tudo na minha rede social é bloqueado, e
disponível apenas para amigos”, destaca.
O relatório aponta que mais
da metade dos usuários de smartphone dorme com os celulares e que a metade
deles não utiliza nenhuma precaução como o uso de senhas, beckup dos dados e utilização
softwares de segurança.
De acordo com o
levantamento, o custo do cibercrime é estimado em R$ 220 bilhões e atinge cerca
de 556 milhões de pessoas todos os anos. O Brasil está no topo dessa lista, com
um prejuízo anual estimado em R$ 16 bilhões. O estelionato é o crime mais
frequente, conta o delegado Irineu Brandão.
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Fonte: http://acritica.uol.com.br/
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