quarta-feira, 8 de abril de 2015

Crimes digitais e liberdades individuais

Há já algum tempo, o Prof. Ruy Guerra, do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (um dos principais especialistas nacionais na área), alertou para a vulnerabilidade do ciberespaço, tornando as pessoas objeto de espias e de crimes digitais. A situação só tem se agravado, afrontando-se, portanto, o terreno das liberdades individuais. Os casos em universidades, por exemplo, são cada vez mais frequentes, assim como a espionagem internacional. Por outro lado, a notícia positiva é o desenvolvimento de dispositivos para investigar/descobrir a origem dos crimes digitais, assim como o surgimento de legislação própria para a punição. Aí abaixo, dois textos a respeito da questão, num dos quais o Prof. Ruy Guerra volta a defender a necessidade de comedimento no ciberespaço. 

Crime virtual

Por Aline Souza

Você já parou para pensar que tipo de informações põe na internet? Nome, endereço, telefone, senhas de cartões ou e-mail, fotos, vídeos, arquivos de textos e tantos outros dados muitas vezes são publicados de maneira inocente e espontânea. Conteúdo, muitas vezes, cobiçado por fraudadores. O relatório de fraude da RSA Anti-Fraud Command Center (AFCC), divisão de segurança da EMC2 Corporation, constatou que o Brasil está na lista dos cinco países – ocupando a quarta colocação – que mais tiveram corporações vítimas de fraudes digitais no mundo. Segundo a RSA, 4% dos ataques de phishing (fraude eletrônica) no mundo foram destinados a empresas daqui, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (28%), do Reino Unido (13%) e da Índia (7%). Esses dados revelam uma tendência nada positiva: o crescimento do roubo de identidade, muitas vezes facilitado pelo comportamento de alto risco dos usuários da internet.
Segundo o professor do Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Ruy Guerra, uma vez que os dados estão na internet não há mais como apagá-los. “Existe a possibilidade de ocultar a informação, mas não de deletar. Por isso, a única forma de evitar a exposição é não fornecer as informações”, alerta. “Os mais experts também conseguem navegar por esses arquivos ocultos na chamada deep web, que tem um conteúdo superior, e que os mecanismos de busca padrão não conseguem acessar em uma simples pesquisa. Por isso, oriento as pessoas a, de vez em quando, fazerem uma varredura para descobrir se tem algum lugar armazenando os seus dados”, completa Guerra.
O designer Ighor Gonzaga, de 25 anos, apesar de ser muito cuidadoso na hora de disponibilizar seus dados na internet, já passou pela experiência de ter invadida sua conta de e-mail. “Fui acessar o Gmail e ele me notificou de um acesso vindo de um computador da China”, lembra. “ Foi surpresa para mim, porque nunca abro mensagens de banco e também não coloco minhas informações aleatoriamente na rede”, conta.
Para o professor especialista em ciências criminais da Faculdade Maurício de Nassau Wagner Arandas, antes de divulgar qualquer dado é importante se certificar de que aquela informação é mesmo necessária. “A gente mesmo expõe esses dados. Foursquare, Facebook, Twitter, contas de e-mail e fotografias são arquivos íntimos e, muitas vezes, não se faz ideia do que se está lançando ali na rede.” É muito melhor adotar atitudes preventivas.

Fonte: http://www.em.com.br/


--------------------------------------------------------------------------------------------------

Por Jaizé Alencar
Já imaginou ser vítima de algum crime virtual? Ter a sua conta bancária mexida, sua rede  social invadida ou mesmo ter seus dados pessoais divulgados para milhares de pessoas por alguém que você não autorizou? Dois em cada três internautas já foram vítimas de crimes virtuais no mundo.
Os dados são do relatório de cibercrime, divulgado pela Norton, linha de antivírus da empresa de soluções de segurança virtual Symantec.
Desde seu surgimento, os vírus de computador evoluíram, com a popularização dos smartphones e do comércio eletrônico, novas ameaças ganharam espaço entre os internautas, isso porque dois terços dos operadores não usam dispositivos de seguranças, o que os expõem a vírus ou a programas mal-intencionados (malware), mostra o relatório.
A auxiliar administrativa, Rebecca Oliveira, de 26 anos, conta que no auge da rede social Orkut, teve sua conta invadida. “Alguém trocou minha senha, colocou no meu perfil a foto de um homem pelado, trocou as legendas das minhas fotos, foi o muito constrangedor. Todo mundo que me encontrava perguntava e eu já não sabia o que fazer, até que, com muito esforço, consegui resolver o problema”, lembra Rebecca.
Depois do problema, ela passou a ficar mais atenta. “Agora, na era do Facebook, estou mais atenta, não abro minha conta em qualquer computador, não deixo minhas fotos liberadas para qualquer pessoa ver. Praticamente, tudo na minha rede social é bloqueado, e disponível apenas para amigos”, destaca.
O relatório aponta que mais da metade dos usuários de smartphone dorme com os celulares e que a metade deles não utiliza nenhuma precaução como o uso de senhas, beckup dos dados e utilização softwares de segurança.
De acordo com o levantamento, o custo do cibercrime é estimado em R$ 220 bilhões e atinge cerca de 556 milhões de pessoas todos os anos. O Brasil está no topo dessa lista, com um prejuízo anual estimado em R$ 16 bilhões. O estelionato é o crime mais frequente, conta o delegado Irineu Brandão.
-------------------
Fonte: http://acritica.uol.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário