Por este período do ano, os indianos hindus estão a encerrar as comemorações do Festival de Durga, a grande divindade feminina - guerreira e expressão da energia criativa. As mulheres são centrais nas comemorações. Pelas circunstâncias da vida, a dada altura, fui um atento observador de manifestações da cultura indiana. Chamou-me sempre a atenção o valor "religioso" atribuído à mente (ou a alma, caso se queira assim dizer). "The mind is the most improtant thing we have", dizia-me sempre um amigo hindu, observando a paisagem numa viagem de trem de regresso das celebrações em uma comunidade indiana. Em seguida, completava o mantra: "God lives in the mind; if we lose our mind, we are in hell". Tudo muito diferente das expressões religiosas ocidentais, e com dimensão histórica de milênios e milênios. Talvez por isso chame tanto a atenção de agnósticos. Com vários braços e cavalgando animais selvagens, Durga surge como representação da coragem. Falava-me meu amigo que pensar nela significa buscar energia mental para superar desafios. Isso, claro, diz respeito às convicções privadas de cada um, como é próprio da dimensão religiosa. De toda forma, numa perspectiva laica, é de se assinalar o valor aí embutido no que se refere à disciplina de pensamento, concentração e equilíbrio mental. Um ensinamento a muitos ocidentais. Afinal, como se diz em outra parte do Oriente, "a mente nos governa, mas pode também nos desgovernar." Além da foto acima, aí abaixo mais registros das comemorações do Festival de Durga.