segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

A vida que não basta: traduzir-se

Dezembro principia com a partida do poeta Ferreira Goulart. Nos últimos tempos, vinha causando polêmica com as suas posições políticas. Mas isso, claro, quanto a mim, não diminui o valor da sua obra. Lembro que passei a tomar gosto pelos seus versos em encontros que reuniam idealistas, boêmios e poetas, por exemplo, no Pátio de São Pedro no Recife de outrora - albores juvenis; alcançar o céu, fazer o paraíso na terra. Atribui-se a Goulart a frase segundo a qual "a arte existe porque a vida não basta." Talvez seja uma variação de Nietzsche: "A arte existe para que a realidade não nos destrua." O Poema Sujo é uma das suas construções mais referidas. Há outras, contudo, que também se destacam. Aprecio o Traduzir-se, o qual Fagner deu expressão musical, conforme pode ser visto aí abaixo.