Disse Heráclito que ninguém se banha duas vezes nas águas de
um mesmo rio. E se assim o é, uma oportunidade perdida poderá estar perdida
para todo o sempre. Dizem, contudo, que o tempo faz concessões: à amizade
sincera, ao gosto pela existência, ao amor... Não sabemos, não sabemos, talvez
nunca efetivamente saibamos. Poulantzas, já escrevi, foi tido como o pensador
do 'tempo fora dos eixos'. As idades cronológicas e mentais não coincidem –
está convencionado. Portanto, idades (cronológicas) diferentes podem ser iguais
mentalmente, mas é bem possível que isso deva ser remetido ao caso das
exceções. Contudo, se elas existem, é porque o fato existe. A diferença que o
tempo faz pode se localizar numa foto para o primeiro passaporte. Para vaguear pela América Latina. Para cruzar
o Atlântico. Para ir a uma universidade estadunidense. Para deambular pelo
francês Quartier Latin, em torno da Sorbonne. Para pousar no Oriente Médio, ao
abrigo do Chipre Grego. Para as dúvidas: parece que ‘o tempo passa numa
velocidade inversamente proporcional a conhecer’.
Mas que moço... De todo modo, o presente é um presente! :)
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