terça-feira, 14 de junho de 2016

Entre conhecimento e incandescência

Na escalada de ataques gratuitos às instâncias da ciência social latino-americana, em decorrência de manifestações dos seus membros em favor da consciência democrática no continente, não nos cabe senão afirmar o valor de fóruns como o ALAS - Associação Latino-americana de Sociologia. Aqui o faço lembrando o valor dos seus congressos para o avanço do conhecimento em nossa América Latina. E também lembrando daquele homem da aldeia de Négua, na Colômbia, referido por Eduardo Galeano. Há fogueiras e fogos impossíveis de serem apagados. 


"Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus. Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.
— O mundo é isso — revelou — Um montão de gente, um mar de fogueirinhas.
Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo."

(Eduardo Galeano) 


Nenhum comentário:

Postar um comentário