quinta-feira, 18 de maio de 2017

Criminosos, a república dos moralistas sem moral e o desabafo do filho de Teori Zavascki

Dos fatos que estão a chocar o Brasil, capitaneados por Michel Temer e a linha de frente que derrubou Dilma Rousseff, um dos mais repugnantes é o que, em conversa gravada em que pede propina de R$ 2 milhões, Aécio Neves, ao se referir ao emissário que vai coletar o valor, diz: "Tem que ser um que a gente mate ele antes de fazer delação." Já eram diversas as denúncias e insinuações contra o presidente nacional do PSBD a respeito do seu envolvimento com ilícitos e atividades criminosas. A referida declaração parece soar sintomática. Diante da gravidade dos fatos, Francisco Prehn Zavascki, filho do ex-ministro do STF Teori Zavascki e responsável pela Lava Jato no Supremo (morto em um "misterioso acidente", ainda não explicado), fez um desabafo emocionado sobre o "mistério" que cobre de dúvidas a morte de seu pai, e que, passado já um bom tempo do fatídico, continua sem explicação por investigações conclusivas. Segue aí abaixo a repercussão do desabafo no portal gaúcho RBS. De tudo isso, uma das ilações a ser tirada é que estamos a viver numa república de moralistas sem moral, e que ainda se acham no direito de opinar, com "gaguejo subimperialsita",  sobre a situação política em outros países da América Latina. 



Por Silvana Pires

Em um post publicado no Facebook nesta quarta-feira (17), apagado logo depois, o filho do ex-ministro do STF Teori Zavascki, Francisco Prehn Zavascki, acusa o PMDB de tentar barrar a Operação Lava-Jato a qualquer custo.
"Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer. Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo?”, postou. 
Francisco afirma que Teori, morto num acidente aéreo em Parati em 19 de janeiro de 2017, sabia o quanto cada um estava afundando no mar de corrupção e não era por acaso que o pai estava aflito com o ano de 2017.
"Aflito ao ponto de me confidenciar que havia consultado informalmente as Forças Armadas e que tinha obtido a resposta de que iriam sustentar o Supremo até o fim!", escreveu. 
No texto, Francisco também lembrou o dia do velório do pai, quando o presidente Michel Temer viajou até Porto Alegre acompanhado, entre outros, do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do senador José Serra (PSDB-SP).
"Que gente sínica [sic]. Não tem coisa que me embrulha mais o estômago do que lembrar que, no dia do velório do meu pai, diante de tanta dor, ainda tive que cumprimentar os membros daquele que foi apelidado naquele mesmo dia de o ‘cortejo dos delatados’”. 
Francisco pediu desculpas pelo desabafo e concluiu dizendo: “Não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai!”.

Leia abaixo a transcrição na íntegra do post:
O PMDB está no poder desde sempre e, como todos sabemos, estava com o PT aproveitando tudo de bom que o Governo pode dar... até que veio a Lava jato. 
A ordem sempre foi a de parar a Operação (isto está gravado nas palavras dos seus líderes). Todavia, ao que parece, até para isso o PT era incompetente e, ao que tenho notícia, de fato, o PT nunca tentou nada para barrar a Lava Jato (ao menos o pai sempre me disse que nunca tinham tentando nada), o que sempre gerou fortes críticas de membros do PMDB. 
O problema é que as investigações começaram a ficar mais e mais perto e os líderes do PMDB viram como única saída, realmente, brecar a Operação a qualquer custo. Para isso, precisava do poder. Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer. Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo? 
O pai sabia de tudo isso. Sabia quanto cada um estava afundando nesse mar de corrupção. Não é por acaso que o pai estava tão afilho [sic] com o ano de 2017. 
Aflito ao ponto de me confidenciar que havia consultado informalmente as Forças Armadas e que tinha obtido a resposta de que iriam sustentar o Supremo até o fim!
Que gente sínica [sic]. Não tem coisa que me embrulha mais o estômago do que lembrar que, no dia do velório do meu pai, diante de tanta dor, ainda tive que cumprimentar os membros daquele que foi apelidado naquele mesmo dia de o “cortejo dos delatados”. 
Impeachment já!
Desculpem o desabafo, mas não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai!

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Fonte: http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/nao-tenho-como-nao-pensar-que-nao-mandaram-matar-meu-pai-escreve-filho-de-teori-em-rede-social-195797.html