Dos fatos que estão a chocar o Brasil, capitaneados por Michel Temer e a linha de frente que derrubou Dilma Rousseff, um dos mais repugnantes é o que, em conversa gravada em que pede propina de R$ 2 milhões, Aécio Neves, ao se referir ao emissário que vai coletar o valor, diz: "Tem que ser um que a gente mate ele antes de fazer delação." Já eram diversas as denúncias e insinuações contra o presidente nacional do PSBD a respeito do seu envolvimento com ilícitos e atividades criminosas. A referida declaração parece soar sintomática. Diante da gravidade dos fatos, Francisco Prehn Zavascki, filho do ex-ministro do STF Teori Zavascki e responsável pela Lava Jato no Supremo (morto em um "misterioso acidente", ainda não explicado), fez um desabafo emocionado sobre o "mistério" que cobre de dúvidas a morte de seu pai, e que, passado já um bom tempo do fatídico, continua sem explicação por investigações conclusivas. Segue aí abaixo a repercussão do desabafo no portal gaúcho RBS. De tudo isso, uma das ilações a ser tirada é que estamos a viver numa república de moralistas sem moral, e que ainda se acham no direito de opinar, com "gaguejo subimperialsita", sobre a situação política em outros países da América Latina.
Por
Silvana Pires
Em
um post publicado no Facebook nesta quarta-feira (17), apagado logo depois, o
filho do ex-ministro do STF Teori Zavascki, Francisco
Prehn Zavascki, acusa o PMDB de tentar barrar a Operação Lava-Jato a qualquer
custo.
"Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer.
Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que
derrubar avião também está valendo?”, postou.
Francisco
afirma que Teori, morto
num acidente aéreo em Parati em
19 de janeiro de 2017, sabia o quanto cada um estava afundando no mar de
corrupção e não era por acaso que o pai estava aflito com o ano de 2017.
"Aflito ao ponto de me confidenciar que
havia consultado informalmente as Forças Armadas e que tinha obtido a resposta
de que iriam sustentar o Supremo até o fim!", escreveu.
No texto, Francisco também lembrou o dia do
velório do pai, quando o presidente Michel Temer viajou até Porto Alegre
acompanhado, entre outros, do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), do
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do senador José
Serra (PSDB-SP).
"Que gente sínica [sic]. Não tem coisa
que me embrulha mais o estômago do que lembrar que, no dia do velório do meu
pai, diante de tanta dor, ainda tive que cumprimentar os membros daquele que
foi apelidado naquele mesmo dia de o ‘cortejo dos delatados’”.
Francisco pediu desculpas pelo desabafo e
concluiu dizendo: “Não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu
pai!”.
Leia abaixo a transcrição na íntegra do post:
O
PMDB está no poder desde sempre e, como todos sabemos, estava com o PT
aproveitando tudo de bom que o Governo pode dar... até que veio a Lava
jato.
A ordem sempre foi a de
parar a Operação (isto está gravado nas palavras dos seus líderes). Todavia, ao
que parece, até para isso o PT era incompetente e, ao que tenho notícia, de
fato, o PT nunca tentou nada para barrar a Lava Jato (ao menos o pai sempre me
disse que nunca tinham tentando nada), o que sempre gerou fortes críticas de
membros do PMDB.
O problema é que as
investigações começaram a ficar mais e mais perto e os líderes do PMDB viram
como única saída, realmente, brecar a Operação a qualquer custo. Para isso,
precisava do poder. Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer. Do que eles são
capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião
também está valendo?
O pai sabia de tudo isso.
Sabia quanto cada um estava afundando nesse mar de corrupção. Não é por acaso
que o pai estava tão afilho [sic] com o ano de 2017.
Aflito ao ponto de me
confidenciar que havia consultado informalmente as Forças Armadas e que tinha
obtido a resposta de que iriam sustentar o Supremo até o fim!
Que gente sínica [sic]. Não
tem coisa que me embrulha mais o estômago do que lembrar que, no dia do velório
do meu pai, diante de tanta dor, ainda tive que cumprimentar os membros daquele
que foi apelidado naquele mesmo dia de o “cortejo dos delatados”.
Impeachment já!
Desculpem o desabafo, mas
não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai!
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Fonte: http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/nao-tenho-como-nao-pensar-que-nao-mandaram-matar-meu-pai-escreve-filho-de-teori-em-rede-social-195797.html