domingo, 29 de maio de 2016

Ao mar, a existência

Do que aí abaixo vai, é de Leont Etiel, repassado por e-mail. Calha com o meu sentimento cotidiano de ver o mar no “condado” de Cabo Branco, em João Pessoa.



Por Leont Etiel

Foi Vergílio Ferreira quem falou: "Sento-me aqui nesta sala vazia e relembro. Uma lua quente de verão entra pela varanda, ilumina uma jarra de flores, e escuto o indício de um rumor de vida, o sinal obscuro de uma memória de origens. (...) Tento, há tantos anos, vencer a dureza dos dias, das ideias solidificadas, a espessura dos hábitos, que me constrange e tranquiliza. Tento descobrir a face última das coisas.” Assim é. E nestes tempos conturbados, o mar diz de um segredo da vida que vai para além das aparências. Tanto mar a navegar, tanto mar. Num dia despretensioso, numa manhã, numa tarde, numa noite, em momentos, encontra-se o existir que diz a existência. O atlântico oceano que luso mar é, a companhia dos românticos solitários e surrealistas. Quilhas e águas de mistério. Ondas com e sem superfícies. Da varanda.  Do mar a navegar. 

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