sábado, 9 de abril de 2016

Do importante

Por Leont Etiel

Pode-se não concordar com a descida dos corações à terra dura, mas assim o é desde que o mundo é mundo. Seguem pelo desconhecido, os sábios e os belos. O que é importante, resta por ser o que deve ser retido. O corpo que anseia; a alma que acalma. A suposta beleza, vulgar, da aparência exibida pela exposição corporal; a beleza de alma, de pensamento. O vazio que é a existência apenas da primeira.
Agostinho de Hipona sabia das coisas. Afinal, como ele diz, a indigência, sobretudo mental, encarrega-se de  se (auto)nivelar à infelicidade. A sabedoria, contudo, não concede abrigo à indigência, visto que ela é alma, onde se encontra a vida feliz, e assim não sofre de indigência. O sábio não teme as mortes do corpo, nem as dores que não pode suprimir ou adiar.  Ele evita a morte e a dor, na medida em que for possível ou conveniente, mas se de nenhum modo as evitar, não será infeliz por aquilo que acontece. 

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