O filme, sob determinados pontos
de vista, pode ser considerado pesado. E é bem provável que, dependendo do grau
de maturidade do público estudantil em alguns contextos, não seja, digamos, “conveniente”
ou “produtivo” exibi-lo, em aula, como recurso de apoio pedagógico. Estou a
falar sobre o filme ‘Clube de Compras Dallas’ (Dallas Buyers Club), dirigido por Jean-Marc Vallée. Contudo, não é por conta de uma
eventual incompreensão que se deve silenciar em relação à questão que ele
enfoca. Sexualidade, opções, tendo no reverso um drama do nosso tempo: a aids.
O sofrimento humano diante de um trágico e inevitável perecer. Um perecer que,
diferente de outros tipos de perecimentos, faz desaparecer o corpo antes da
morte propriamente dita. Por outro lado, em minha perspectiva, ‘Clube de Compra Dallas’ toca em
outra questão, que, hipocritamente, está quase oculta ao debate: a regulação do
mercado legal de drogas, ou, se quiser, a regulação do mercado de medicamentos.
O jogo de interesses econômicos de laboratórios em torno do tema, a
cumplicidade de órgãos governamentais, o tráfico (dentro até mesmo de
hospitais), etc., são fatos emblemáticos. A história do AZT é, para dizer o
mínimo, controversa. Pelo dito, e muito mais, o filme vale ser visto. Sobretudo
quando se combina maturidade e a recusa do ‘moralismo de ocasião’. Dez
curiosidades sobre ‘Clube de Compras Dallas’ podem ser vistas aqui: http://infograficos.oglobo.globo.com/cultura/dez-curiosidades-de-clube-de-compras-dallas-/sem-cair-11862.html#description_text
Nenhum comentário:
Postar um comentário