Imannuel Wallerstein é, seguramente, um dos mais importantes cientistas sociais em atividade. Num seminário seu que frequentei, chamou-me acentuadamente a atenção a sua capacidade de imprimir uma forte dimensão histórica na abordagem sociológica (apreendida na História da longa duração de Fernand Braudel) e, ao mesmo tempo, a sua criatividade analítica em sublinhar uma original Filosofia da História. Defende uma tese instigante e ousada, mas, diga-se, amparada em base empírica: que o Moderno Sistema Mundial, tendo se constituído sob a economia capitalista, entrou num longo período de transição, colapsando o capitalismo como sistema. Donde se vislumbra um horizonte de crises, insegurança e caos. O que se sucederá? Não se sabe, responde Wallerstein. E nada assegura que será um regime melhor do que o atual. E bate pesado nun certo determinismo histórico, dizendo que a História não pode ser concebida como estando a favor ou contra ninguém. Vislumbra algum entusiasmo em determinados movimentos de resistência que surgem, chamando-os de movimentos anti-sistêmicos. Indagado, contudo, sobre se há espaço para algum otimismo em meio ao horizonte de caos e crises que a sua abordagem aponta, responde: 'mas que alternativa eu tenho?'. Abaixo, uma boa entrevista de síntese da sua tese (em inglês, com legendas em português).
Marcha para o declínio do poder dos EUA, segundo Wallerstein
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