quinta-feira, 14 de junho de 2012

Um fragmento de Leont Etiel: escassa colheita dos campos; breve amor da terra

Mais um fragmento obtido sobre Leont Etiel:




Aos 18 anos, Leont Etiel andava à volta com as questões da dimensionalidade do infinito. Possuía uma máquina inter-estelar movida à anti-matéria e que era capaz de atingir uma velocidade estabilizada ao movimento da luz. Fez a soma das contas e concluiu que a função de taxista inter-estelar lhe calharia bem. O seu problema eram as viagens não amparadas pela relatividade restrita, pois aí, na terra, teria o problema das suas duas idades a equacionar. A dada altura, soube-se algures, que a descoincidência entre o cronológico e o mental de uma das suas idades o levava a um certo cansaço visionário.  Nestes momentos, contudo, sempre lançava mão dos números e se concentrava em fazer os acertos para a meta que se havia fixado: dez anos de missões inter-estelares, sendo o mesmo que dizer, em cálculos arredondados, trinta e seis anos terrestres...  Posto isto, repetia o axioma: o  fundamental mesmo é que, cada um de nós, deve retesar o arco para de novo prestar as suas provas, para conquistas dentro da história , e contra ela; a escassa colheita dos seus campos; o breve amor desta terra. O arco torce-se, a madeira range... 

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