Aos
18 anos, Leont Etiel andava à volta com as questões da dimensionalidade do infinito.
Possuía uma máquina inter-estelar movida à anti-matéria e que era capaz de
atingir uma velocidade estabilizada ao movimento da luz. Fez a soma das contas
e concluiu que a função de taxista inter-estelar lhe calharia bem. O seu
problema eram as viagens não amparadas pela relatividade restrita, pois aí, na
terra, teria o problema das suas duas idades a equacionar. A dada altura, soube-se
algures, que a descoincidência entre o cronológico e o mental de uma das suas
idades o levava a um certo cansaço visionário.
Nestes momentos, contudo, sempre lançava mão dos números e se concentrava
em fazer os acertos para a meta que se havia fixado: dez anos de missões
inter-estelares, sendo o mesmo que dizer, em cálculos arredondados, trinta e
seis anos terrestres... Posto isto,
repetia o axioma: o fundamental mesmo é que, cada um de nós, deve
retesar o arco para de novo prestar as suas provas, para conquistas dentro da
história , e contra ela; a escassa colheita dos seus campos; o breve amor desta
terra. O arco torce-se, a madeira range...
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