quarta-feira, 18 de julho de 2012

The Sun Also Rises - O Sol Também se Levanta


Ao cabo de cada livro lido, a pergunta sobre o seu sentido para o aqui e o agora. No caso de O Sol Também se Levanta, a resposta não parece difícil. Abaixo, uma pequena recensão. 




Considerado pela crítica norte-americana como o primeiro grande romance de Ernest Hemingway (mesmo ele tendo publicado, um ano antes, a novela The Torrents of Spring), O Sol também se levanta, de 1926, é um retrato fiel daquilo que ficou conhecido como Geração Perdida (Lost Generation). O termo foi popularizado pelo próprio Hemingway, que buscava caracterizar uma parcela da população americana que se mostrava descrente quanto ao seu futuro logo após a Primeira Guerra Mundial.

A trama é narrada e vivenciada por Jake Barnes, um veterano de guerra que voltara dos campos de batalha impotente, em todos os sentidos. Como um anti-herói americano, o personagem vive exilado em Paris trabalhando como jornalista. Seu círculo de amizades compreende estereótipos complexos e obsoletos. É apaixonado por Lady Brett Ashley, uma mulher aparentemente distinta, mas que mantém uma série de relacionamentos pouco duradouros com os homens.

Logo no primeiro capítulo do livro, Jake apresenta um de seus amigos mais íntimos, o ex-boxeador e escritor Robert Cohn, de quem desconfia todo o tempo (...).  Os verdadeiros relacionamentos de Jake, no entanto, são mantidos com Bill Gordon (também escritor e veterano de guerra) e Mike Campbell, escocês, noivo de Brett, e ex-milionário.

Apaixonado por touradas, o protagonista convida os demais personagens para a Fiesta, um festival de touros que acontece anualmente na cidade de Pamplona, na Espanha. Durante a semana em que deixam Paris, Jake, Bill, Brett, Mike e Cohn mergulham com tudo na descrença marcante da Geração Perdida. De bar em bar, os personagens passam todo o dia bebendo vinho, cerveja, chope e absinto. O assunto nas mesas raramente vai além das frivolidades do mundo.

O título O Sol também se levanta, a princípio, reflete bem o comportamento dos personagens: mesmo depois de todas as bebedeiras desenfreadas, todos eles sempre estão de pé quando o sol se anuncia. Porém, o nome foi dado ao livro tendo como base o versículo 5, do primeiro capítulo de Eclesiastes na Bíblia, expresso nas seguintes palavras: “O sol nasce, e o sol se põe, e corre de volta ao seu lugar donde nasce.” A apropriação de Hemingway não faz muito sentido até que se leia a passagem anterior: “Uma geração vai-se, e outra vem, mas a terra permanece para sempre”. Isso reforça a crença de que o autor buscava caracterizar e retratar o sentimento comum que vigorava unicamente naquele determinado período de tempo, sabendo de sua efemeridade e volatilidade.
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