O que segue aí abaixo é da pena da poetisa pernambucana Jaqueline Torres, que alinha versos entre Recife e a sua terra natal Pesqueira, no ameno clima do agreste. Esperamos que, no festival de inverno do próximo ano, ela esteja na programação expondo a sua obra para pesqueirenses e turistas.
Por Jaqueline Torres
Não terei pelos
calendários
nenhuma lembrança
guardada
pra deixar para algumas
futuras quartas-feiras
que virão
Meu nome será leve
e incômodo de dizer
Dito
a brisa soprará mais
triste
O vento irá bramir
baixinho
Não terei pelos
calendários
a cor dos meus cabelos
nem meus olhos noturnos
Meu retrato plasmado de
infinitos
de incógnitas e de
amores indizíveis ficará.
Ficará pelo filtro da
retina distante
e viva eternamente fixa.
Nada saberão de mim
outros dias
de meu coração queixoso
de meu séquito de
solidão e pesar
que segue
e que segue
lento
pelas vias mal calçadas
de meus tristes versos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário