Imagem: Daniela Delias |
Por Jaqueline Torres
Agrada
ver-me na
vertigem sem cor
da solidão
Mármore
penitente
no olho
da colina
na
casinha viúva no meio do vale
no pombo
infantil na ponta do telhado
na ponte
acarinhando as duas margens
Tudo que
é sol
E só
me convém
resvalar meu zelo
O farol
O número
um
um verso
lítico
à margem da estrada
entalhada
no bronze da tarde
Agrada-me
Essa
cavatina
repetidas
vezes vir capitular
minha
solidão tão dispersa
Enquanto
lembranças pálidas
giram nas
minhas retinas
É nela
que me penitencio
É nela que
recomponho
minhas
estações sem pena
É nela
onde me chamo solidão
Apenas
uma nota
E uma
canção de silêncio.
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