A seguir, um texto breve do jornalista Rossini Barreira, mas bastante revelador da estratégia do Governador Eduardo Campos para armar um palanque em São Paulo. Movimenta o xadrez, e faz valer a 'arte da política'. Dizia Maquiavel que 'todos podem até ver, mas nem todos conseguem perceber'. Ao que parece, o 'enfronhamento' do PT no Planalto Central encurtou-lhe a vista. Coisas do poder, que pode encurtar a visão de quem o exerce. Daí o 'príncipe' precisar de assessores, e não de áulicos.
Por Rossini Barreira
O governador Eduardo Campos quer abrir caminhos em São Paulo. Precisa. Afinal, ninguém chega à Presidência da Republica sem ter presença no estado com o maior reduto eleitoral do País. Não necessita ganhar a eleição em São Paulo, mas é imprescindível arrancar uma boa quantidade de votos por lá.
O primeiro caminho de Eduardo era o PSD, de Gilberto Kassab. Não à toa, ele ajudou o ex-prefeito de São Paulo a fundar o seu PSD em todo o País. Sonhava com uma aliança do PSD com o PSB, selando um bom começo nas articulações para sua peregrinação rumo ao Palácio do Planalto. Ternurado pela presidente Dilma, Kassab se afastou de Eduardo e aproximou-se dos petistas.
Eduardo partiu, então, para outros planos rumo o seu ingresso no disputadíssimo eleitorado paulista. O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, é um dos caminhos. Prestes a deixar o PDT, Paulinho busca novos parceiros. Eduardo pode ser um deles.
Outra trilha para o peregrino Eduardo Campos poder alcançar São Paulo é o deputado federal Roberto Freire, do PPS. Embora pernambucano, Freire elegeu-se por São Paulo e lá mantém fortes laços políticos com os tucanos, inclusive José Serra.
É intenção de Freire levar Serra para o PPS. Não para ser candidato a presidente, mas para disputar o governo de São Paulo. Neste caso, uma aliança entre Eduardo e Freire, selaria, via Serra, o ingresso definitivo do governador pernambucano em terras
paulistas. Mas Serra resiste.
Os obstáculos para o peregrino Eduardo Campos são vários. Além da resistência de Serra, existe Marina Silva. A ex-ministra ambientalista já andou avisando que se não conseguir criar seu novo partido, o Rede, pode ingressar no PPS. Nesse caso, a aliança de Freire com Eduardo Campos correria um sério risco para emplacar, pois o pós-comunista também namora com a candidatura presidencial de Marina.
Enquanto não fecha sua equação em São Paulo, Eduardo Campos vai conversando com uns e outros. E trilhando seu caminho de peregrino no caminho do Planalto Central.
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