Nem tudo que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado (Albert Einstein)
Por Ivonaldo Leite
Por Ivonaldo Leite
Em
fins de agosto de 2010, o teto de uma das dependências do Campus IV da UFPB,
unidade de Rio Tinto, caiu. Acionado para fazer a vistoria do prédio, o Corpo
de Bombeiros apontou as deficiências das instalações. Daí desencadeou-se um movimento
de paralisação das atividades que durou 38 dias, levado adiante pelos segmentos
que compõem o Campus, mas que, inicialmente, foi impulsionado pelos estudantes.
A
paralisação foi encerrada em outubro do mencionado ano, sob a condição de que,
até dezembro, as questões levantadas pelo Comando de Greve fossem equacionadas
pelo Reitorado anterior ao atual. Do contrário, afirmava-se, as atividades
seriam paralisadas novamente. Uma comissão ficaria responsável para fazer o
acompanhamento do atendimento das demandas, denominada Comissão Permanente de
Mobilização, a qual resultaria de uma reconfiguração do Comando de Greve.
Dentre
as demandas para as quais se solicitava atendimento, constavam, por exemplo: 1)
entrega das dependências previstas para o Campus, em condições adequadas de
funcionamento; 2) realização de prestação de contas dos recursos do CCAE; 3) viabilização
de residência universitária; 4) resolução das deficiências em relação ao acesso
à internet; 5) autonomia administrativa e financeira para o Campus; 6) restaurante universitário.
Veio
dezembro daquele ano, e fundamentalmente as demandas não foram atendidas pelo
Reitorado anterior. Contudo, não ocorreu paralisação das atividades, como
inicialmente se anunciava. Esse grau de “compreensão” para com a administração
passada se estendeu pelos tempos seguintes, visto que as demandas continuaram
sem ser atendidas por dois anos (2011 e 2012). Tanto assim o é que elas são
pontos de pauta da atual paralisação.
A
situação problemática vivida pelo CCAE tem origem e evolução determinadas, e é
sob essa ótica que o modo de ela ser equacionada se coloca. De forma geral,
acordos não são pactuados sem que se leve em conta, pelo menos, dois
princípios. Primeiro, o princípio do duplo contexto: dos problemas (como surgiram)
e das suas possíveis resoluções, as temporalidades envolvidas, as démarches requeridas, etc. O segundo princípio
diz respeito ao exercício do diálogo, não sendo de se admitir que uma parte
procure bloquear à outra no seu direito de dialogar e de expressar a sua perspectiva
sobre os fatos. São princípios como esses que fundam a transparência do processo
de negociação, o que vem a ser uma condição sine
qua non para a pactuação de entendimentos (que forem possíveis) entre as partes.
(Continua...)
Aguardo continuação. Tô adorando essa "webnovela".
ResponderExcluirNa expectativa do desenrolar dos fatos.
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