segunda-feira, 4 de março de 2013

Marx e a Educação: qual o futuro da abordagem dialética?


O campo educativo tem sido um terreno fértil para pseudo-teorias, que logo viram modas. Com o tempo, contudo, as modas passam, outras pseudo-teorias surgem e tudo se repete novamente. Por outro lado, não menos verdadeiro é que, hoje, em muito casos, autores clássicos na abordagem educativa estão fossilizados - verifica-se a estéril o ato de repisar citações, de modo que, num área como educação, há trabalhos que se limitam a evidenciar enfoques bibliográficos (onde está o conhecimento novo?!). No entanto, mesmo assim são apresentados como 'fazendo análise crítica'. Isto numa área como educação, onde o cruzamento do teórico com o empírico é fundamental. Não por acaso alguém já disse que 'a crise da educação, em maior ou menor medida,  resulta também da crise dos discursos críticos sobre educação'. Na contracorrente das duas tendências aludidas, iniciativas vão sendo esboçadas, e nelas vou alinhando. Neste sentido, vem a lume, com o apoio do CNPq, o livro Marx e a Educação: Trabalho, Natureza e Conflitos. Um grupo de companheiros gaúchos, tendo à frente o meu amigo Carlos Machado, conceberam o projeto e nele me incorporei - no livro, compareço com dois capítulos, sendo um em parceria (A Educação Ambiental e a Natureza da/na Cidade - onde é aportada uma clara perspectiva lefebvreana), sendo o outro capítulo a republicação de um ensaio que escrevi sobre o campo dos estudos pedagógicos. Publicado com a chancela da Editora Evangraf (Porto Alegre), ao fim e ao cabo, o livro busca refletir sobre o legado da perspectiva marxiana, em face da problemática educacional hoje, nomeadamente no que se refere ao meio ambiente, procurando resposta para uma questão desafiante: qual o futuro da abordagem dialética? A seguir, dois extratos da apresentação do livro, feita por pelo Prof. Carlos Frederico B. Loureiro (UFRJ). 

(...) Porque o marxismo retornou com força à cena acadêmica? O que faz com que se revigorem e se multipliquem publicações, os eventos e os grupos de pesquisa dedicados à obra de Marx? De hegemônico nos meios acadêmicos nos anos 1960, 1970 e parcialmente nos anos de 1980, a quase extinto dessa época até o início do presente século, o que colocou o marxismo novamente em pauta e o fez voltar a mobilizar milhões de estudantes, professores, intelectuais (...) de todo o mundo?As explicações são muitas. Rapidamente menciono (...) apenas cinco dos principais pontos que mencionam tal fenômenos (...). 

(...) Os autores, ao tratarem dos seus objetos de pesquisa, e seguindo a mesma linha de argumentação, evidenciam que os graves problemas da educação e ambientais só podem ser enfrentados e compreendidos por meio da teoria capaz de explicitar suas complexas causas históricas e econômicas, refutando qualquer formulação que aposte em soluções estritamente (...) pautadas no desenvolvimento tecnológico ou em uma apelativa e abstrata "consciência ecológica (...). 


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