sábado, 14 de outubro de 2017

'O passado é um rio que dorme'


De José Eduardo Agualusa, em O Vendedor de Passados: 

Nada passa, nada expira
O passado é
um rio que dorme
e a memória uma mentira multiforme

Dormem do rio as águas
e em meu regaço dormem os dias
dormem
dormem as mágoas
as agonias
dormem

Nada passa, nada expira
O passado é
Um rio adormecido
Parece morto, mal respira
acorda-o e saltará
num alarido 

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