Por estes dias de abril, vivemos o primeiro ano do falecimento do velho Aleixo Leite. Professor, escritor e poeta, Aleixo deixou a sua marca indelével no estado de Pernambuco, e além fronteiras. A morte, disse certa feita Hegel, é a coisa mais espantosa que há, e guardar o que está morto é o que exige uma maior firmeza. Se a sensação vazia do desaparecimento que sentimos, diante do túmulo, nos provoca o luto e nos aprisiona à passividade, é na indagação sobre o significado e validade das vidas individuais onde podemos encontrar o caminho que nos conduz a superar as reflexões sentimentais, para devolver-nos, a nós mesmos, ao mundo ativo da história. Quer dizer, é na reconciliação com a vida, que nos nega consolo, que temos o lugar onde poderemos encontrar a valorização do desaparecido. Contudo, não como desaparecido, mas na expressão de sua universalidade vivida, no produto de sua atividade, que se apresenta como legado, e na significação exemplificativa de sua vida.
Isto é, o que sobrevive é a produção consciente e socialmente significativa dos indivíduos. E assim, com ela (a produção) e com eles (os indivíduos) continuamos a dialogar. Nessa perspectiva, podemos colocar Aleixo Leite - sendo sugestivo, a propósito, a menção a dois livros seus: Rastro de Pedra e Presença do Passado.
Aleixo Leite |
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