Eduardo Ferreira-Santos é formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP e Doutor em Ciências Médicas pela USP. Escreveu um interessante livro sobre o ciúme, que se diferencia das abordagens de tipo folhetim. Ciúme: o lado amargo do amor (Editora Ágora) é um livro com substância analítica. Abaixo, uma reportagem da Folha de São Paulo a respeito.
As férias, período de
maior convivência de um casal, podem levantar a libido, diversificar o
relacionamento, criar situações de maior envolvimento e intimidade, dentro ou
fora de casa. Entre os conflitos típicos da temporada, há o lado amargo do
ciúme. Em viagens, por exemplo, os dois estão mais expostos às tentações da
carne, principalmente em círculos mais animados, boemia, noite, brincadeiras em
clubes e espaços públicos. Eles se achavam tão moderninhos e, pá, pintou ciúme
na relação.
O livro "Ciúme: O Lado Amargo do Amor", do
psiquiatra Eduardo Ferreira-Santos, dá um choque de realidade no[a] ciumento[a]
compulsivo[a], tocando em conflitos de egos, hipocrisia familiar, desajuste
emocional.
"Infelizmente,
as vítimas do ciúme demoram para percebê-lo e para reagir contra o ciumento. Isso
se dá por várias razões, e a principal é que elas são seduzidas pela ideia
romântica de que o ciúme é uma demonstração de amor. Podem também colocá-lo em
segundo plano, envolvidas pelo entusiasmo que caracteriza os primeiros tempos
de uma relação. Podem, ainda, existir motivos indiretos, que são
inconsistentes, na escolha de um parceiro ciumento. Por exemplo, há milhares de
mulheres que, para fugir do assédio excessivo, real ou não, procuram um homem
ciumento que tome posse delas e as proteja", escreve o médico no capítulo
"Uma história de Barbie".
Os títulos dos
capítulos abrem o apetite para mergulhar nos mistérios de um sentimento tão
feroz: "Profissão: desconfiar, Jamais diga: "Você é minha vida",
Será que não está faltando empatia? Os acordos secretos do casal, As perguntas
essenciais de cada um, A dor da traição já existia antes, As pazes já não são
feitas na cama, Uma história de Barbie, Dez da noite. E toca o telefone para
ela...De perto, ninguém é normal, Com o lobo mau não tinha papo, O ciúme no
seio da família, O ciúme entre irmãos, A química do corpo e o ciúme".
O texto faz
interrogações instigantes e pontua logo as respostas, exemplifica,
didaticamente.
"Por exemplo:
até onde é possível, numa relação, um parceiro dizer ao outro, sem que o mundo
desabe, que achou outra pessoa atraente? Eu não saberia responder, mas posso
dizer que um casal supostamente maduro iria discutir o problema e fazer um
balanço da relação para achar uma resposta e reorientar sua rota. O sentimento
de atração indica que o relacionamento não está satisfatório, dando margem para
um "acidente de percurso". A pessoa carente está predisposta a ser
seduzida por alguém que possa, mesmo que na aparência, atender a seus anseios.
Falta apenas a ocasião. Convém lembrar que essa atração também pode ser algo
banal, sem nenhuma consistência: acha-se alguém bonito e atraente, e o assunto
esgota-se aí. Não há necessidade para levá-lo para casa!"
Eduardo
Ferreira-Santos é também psicoterapeuta de adultos e adolescentes. Formado pela
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, ele especializou-se em
psiquiatra. Médico-supervisor no Serviço de Psicoterapia do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, coordena um grupo de atendimento
a vítimas de sequestro que desenvolveram o transtorno de estresse
pós-traumático. É mestre em psicologia clínica pela PUC-SP e doutor em Ciências
Médicas pela FMUSP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário