sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Aprovar quem não aprendeu? Aluno aprovado sem saber escrever o próprio nome



Determinados modismos pedagógicos, geralmente importados (e adotados sem considerar a realidade brasileira),  trazem um prejuízo incalculável à educação e aos próprios estudantes, com os mesmos recebendo diplomas sem terem a formação devida para obtê-los. Problemas no processo de avaliação, onde professores fingem que ensinam/avaliam e alunos fingem aprendem/são avaliados. O prejuízo só é visto depois, quando já é tarde demais: profissionais inabilitados, sem preparação, para o que as profissões exigem. O resultado, na certa, é a exclusão profissional, caminho para a exclusão social. Tal realidade inicia-se na escola básica e chega ao ensino superior, infelizmente. Veja, abaixo, o caso de um aluno, no Amazonas, que, aos nove anos, será aprovado novamente sem saber escrever o próprio nome.





Segundo avô de estudante, contas de somar e subtrair ainda são desafios.
Apesar da situação, garoto de nove anos apresenta boas notas no boletim.



Menino não consegue escrever o próprio nome, segundo avô (Foto: Reprodução/TV Amazonas)Menino não consegue escrever o próprio nome,
segundo avô (Foto: Reprodução/TV Amazonas)
Preocupado com o futuro do neto, o comerciante Antônio Marques, de 55 anos, tenta reforçar os estudos do neto em casa. Aos nove anos, o garoto não sabe escrever o próprio nome e tem dificuldades de fazer operações básicas de Matemática. Segundo o comerciante, o aluno será aprovado em uma escola pública de Manaus para o terceiro ano do Ensino Fundamental.
Sob o olhar atento do avô, o garoto procura aprender em casa os ensinamentos repassados na escola. No boletim, ele apresenta boas notas, mas na prática o resultado é diferente: contas de somar e subtrair ainda são desafios para o menino. A situação gera preocupação no avô.

"Um prédio não pode começar a ser construído do quinto andar, tem que ter a base. Esse menino não tem base alguma. Ele não sabe nem assinar o nome. Não dá para ser ninguém assim", disse.
Em 2010, o Ministério da Educação (MEC) decidiu que o processo de alfabetização seria contínuo. Nos três primeiros anos, nenhum aluno pode ser reprovado. Para o neto de Antônio Marques e muitas outras crianças, o resultado disso é 'prejuízo na certa'. É o pensa a psicopedagoga Ivone dos Reis, que há 30 anos lida com crianças que possuem déficit de atenção.
Segundo a profissional, há males irreparáveis se a criança não conseguir aprender o assunto da escola. "Muitos professores em sala de aula, pouca estrutura para se trabalhar. Os pais deveriam exigir a reprovação se constatassem que as crianças não estão aptas a seguir na escola", explicou.

Esse é o medo de Antônio Marques. O sonho de ver o neto, órfão de pai, se tornar um adulto bem sucedido, não pode parar. Ele contou que a família não teve muitas oportunidades. "Eu sonho em vê-lo concluir o Ensino Médio e entrar na faculdade", afirmou.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que conforme estabelece a resolução do MEC, por meio do Conselho Nacional de Educação Básica, nº 7, de 14 de dezembro de 2010, o processo de alfabetização é contínuo e que deve ser concluído ao final dos três anos iniciais do Ensino Fundamental.
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Fonte: http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2012/11/sem-saber-escrever-proprio-nome-aluno-sera-aprovado-em-escola-do-am.html

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