Tenho acompanhado a conjuntura grega desde já há algum tempo, mas não tenho hipótese de, por agora, pelas vicissitudes de tempo, fazer a devida análise da situação que se esboça na Grécia. Há alguns anos, em conversa com o Prof. Harris Athanasiades, em um evento no Chipre grego, percebi, a um só tempo, o tom de interesse no projeto da União Europeia, mas também as dúvidas. Os anos passaram, e as dúvidas disseram da sua razão de ser. A Grécia conheceu, de fato, a tragédia, com governos associados aos interesses do comissariado europeu. Imagine o que significa milhares e milhares de pessoas, de repente, não terem mais energia elétrica, porque não podem pagar as contas! Pois bem, foi o que se passou na Grécia. Denunciando essa situação, chegou ao poder o Syriza, comandado pelo jovem Aléxis Tsípras, liderança que emergiu nas manifestações estudantis e se revelou como um governante de posições e coerente. O que deseja Tsípras? Que os gregos não sejam ainda mais jogados na humilhação e no empobrecimento pelas políticas de "austeridade" da União Europeia, patrocinadas pela Alemanha e com o apoio francês e de outras nações. Deseja Tsípras uma (re)negociação, até onde for possível essa expressão, digna da dívida grega. A Europa bateu-lhe a porta - nem um plebiscito ao povo grego aceita sobre as condições da (re)negociação. O resultado: a crise no país tende a se aprofundar. Por que isso? Ora, o que está em causa, da parte dos mandatários de Bruxelas (onde está o comissariado europeu), não é a (re)negociação da dívida grega, mas o aniquilamento do próprio Syriza e de Tsípras, por sua ousadia. Com a ironia como arma da crítica, é de se dizer: que as bruxas de Bruxelas (veja-se a história sobre isso) façam alguma coisa! Ou então é esperar como reagirá o bloco Rússia-China - com alguma perspectiva de apoio para a Grécia - e a disposição de resistência do povo grego. Ou, por fim, esperar os desígnios dos deuses do Olimpo.
domingo, 28 de junho de 2015
Grécia, Syriza e o sentido de ter posições
Tenho acompanhado a conjuntura grega desde já há algum tempo, mas não tenho hipótese de, por agora, pelas vicissitudes de tempo, fazer a devida análise da situação que se esboça na Grécia. Há alguns anos, em conversa com o Prof. Harris Athanasiades, em um evento no Chipre grego, percebi, a um só tempo, o tom de interesse no projeto da União Europeia, mas também as dúvidas. Os anos passaram, e as dúvidas disseram da sua razão de ser. A Grécia conheceu, de fato, a tragédia, com governos associados aos interesses do comissariado europeu. Imagine o que significa milhares e milhares de pessoas, de repente, não terem mais energia elétrica, porque não podem pagar as contas! Pois bem, foi o que se passou na Grécia. Denunciando essa situação, chegou ao poder o Syriza, comandado pelo jovem Aléxis Tsípras, liderança que emergiu nas manifestações estudantis e se revelou como um governante de posições e coerente. O que deseja Tsípras? Que os gregos não sejam ainda mais jogados na humilhação e no empobrecimento pelas políticas de "austeridade" da União Europeia, patrocinadas pela Alemanha e com o apoio francês e de outras nações. Deseja Tsípras uma (re)negociação, até onde for possível essa expressão, digna da dívida grega. A Europa bateu-lhe a porta - nem um plebiscito ao povo grego aceita sobre as condições da (re)negociação. O resultado: a crise no país tende a se aprofundar. Por que isso? Ora, o que está em causa, da parte dos mandatários de Bruxelas (onde está o comissariado europeu), não é a (re)negociação da dívida grega, mas o aniquilamento do próprio Syriza e de Tsípras, por sua ousadia. Com a ironia como arma da crítica, é de se dizer: que as bruxas de Bruxelas (veja-se a história sobre isso) façam alguma coisa! Ou então é esperar como reagirá o bloco Rússia-China - com alguma perspectiva de apoio para a Grécia - e a disposição de resistência do povo grego. Ou, por fim, esperar os desígnios dos deuses do Olimpo.
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