Imagines a hipótese da
teoria do Universo fechado, com milhares e milhares de bilhões de galáxias
divergindo mutuamente até um certo ponto crítico, de onde retrocedem de novo
umas sobre as outras, espatifando-se finalmente numa imensa bola de fogo – que,
por sua vez, iniciará um outro ciclo de expansão do tempo e do espaço.
Irmana-te, pois, com o Cosmos e respires deste êxtase panteísta que já era o de
Francisco de Assis, o santo, ou de Giordano Bruno, o mártir pagão. Ludwig
van Beethoven. ‘Andie Freude’, a pena de
Schiller em entusiasmo ao universo. Do Proto-Indo-Europeu diw
ou deiwos, significado para “brilhante”
ou “celeste” – que passou, com o
tempo, a ser conhecido como designação para o divino. Se assim se quer, que seja. Como também outros querem que, agnosticamente ou como êxtase panteísta,
seja o encontro com a natureza, com o universo. A definitiva. A Nona Sinfonia.
terça-feira, 30 de agosto de 2016
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
Congresso Internacional e Jornada Chilena-Brasileira de Educação Inclusiva
A organização do II CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA E II JORNADA CHILENA-BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA anuncia a realização do evento entre os dias 16 a 18 de novembro de 2016, no Centro de Convenções Raimundo Asfora (Garden Hotel) - Campina Grande. O evento, promovido pelo CEMEP, NÚCLEO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E O GT DIVERSIDADE CULTURAL E INCLUSÃO SOCIAL, é um evento internacional, que reúne estudantes e profissionais que atuam e desenvolvem estudos relacionados à temática.
Sobre o evento
Sobre o evento
A História em todas as suas épocas, revela inúmeras barbáries produzidas
pela humanidade, a exemplo dos genocídios Cartago (146 a.C) e Dzungar
(1757-1758), do tráfico atlântico de africanos ao longo de três séculos, das I
e II Guerras Mundiais (1914-18 e 1938-45, respectivamente), dos genocídios
armênio (1915), Curdo (nos anos 80), Bósnio (nos anos 90), de Ruanda (1994), o
massacre da população autóctones produzido pelos colonizadores europeus na
África e América Latina, e as mais diversas manifestações de intolerância
religiosa produzidas ao longo de vários períodos, culminando, recentemente, com
os atos extremistas na Europa e no mundo palestino. Esses sombrios momentos que
desenham a História da Humanidade não podem jamais serem esquecidos ou
desconhecidos. Assim, abrir uma discussão sobre sentimentos arcaicos é uma
condição indispensável para compreendermos os seres humanos e seus lugares
sociais. Em face de tal cenário, o II Congresso Internacional de Educação
Inclusiva - CINTEDI e a II Jornada Chilena Brasileira sobre Educação Inclusiva
que serão realizados nos dias 16, 17 e 18 de novembro de 2016, têm como foco
principal abrir uma rica e fecunda discussão, com pesquisadores(as) nacionais e
internacionais sobre Educação Inclusiva, enfocando Práticas Sociais que podem
favorecer a inclusão social. "Compreender
a diversidade que tece o universo humano é condição ‘sine quo non’ para
aprendermos a respeitar o Outro que, em diversos instantes, está em
Nós". (Eduardo Onofre)
Principais Atividades
Conferências
Palestras
Mesas-Redondas
Minicursos
Oficinas
Atividades Culturais
Mostra Audiovisual
Lançamento de livros
Sessões Científicas
Público-Alvo
Estudantes de graduação
Estudantes de pós-graduação
Professores e profissionais
Grupos de Trabalho
Área Temática / Grupo de Trabalho
· GT-01 - EDUCAÇÃO AMBIENTAL E INCLUSÃO
· GT-02 - TDICS, EDUCAÇÃO E INCLUSÃO DIGITAL
· GT-03 - CURRÍCULO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
· GT-04 - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO
EDUCACIONAL
· GT-05 - EDUCAÇÃO INFANTIL E INCLUSÃO
· GT-06 - EDUCAÇÃO ESPECIAL
· GT-07 - EDUCAÇÃO DE SURDOS
· GT-08 - EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A TEMÁTICA ETNICORRACIAL
· GT-09 - INCLUSÃO, RELAÇÕES DE GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL
· GT-10 - POLÍTICAS EDUCACIONAIS: GESTÃO ESCOLAR, FORMAÇÃO DOCENTE E
INCLUSÃO
· GT-11 - EDUCAÇÃO, INCLUSÃO E ENVELHECIMENTO
· GT-12 - DIREITOS HUMANOS E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
· GT-13 - EDUCAÇÃO POPULAR E INCLUSÃO
· GT-14 - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) E INCLUSÃO
· GT-15 - PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA, LITERATURA INFANTIL E INCLUSÃO
· GT-16 - ENSINO DE CIÊNCIA, EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E INCLUSÃO
· GT-17 - EDUCAÇÃO INCLUSIVA E DIVERSIDADE RELIGIOSA
· GT-18 - EDUCAÇÃO DO CAMPO E INCLUSÃO
Trabalhos Científicos
Os trabalhos serão recebidos por formulário online até a meia-noite do
dia 01 de Setembro de 2016 (horário de Brasília), impreterivelmente. Poderão
ser submetidos nas modalidades comunicação oral ou pôster apenas na forma de
artigo. Confira no link Datas importantes os prazos de submissão do evento!
Os trabalhos deverão ser submetidos através da área do participante no
ícone Trabalho Científico. Não serão aceitos em nenhuma hipótese trabalhos
enviados por e-mail.
Para o envio do trabalho utilize o modelo de papel timbrado do evento. O
uso do papel timbrado do evento é obrigatório. O modelo está disponível no link
Trabalhos Científicos.
Fique atento! O arquivo do Artigo completo deverá ser adicionado na
plataforma de submissão. Saiba mais em Trabalhos Científicos.
Mais informações aqui: http://www.cintedi.com.br/index.php
domingo, 28 de agosto de 2016
A ilha dentro de si: espelho oculto
'O Doador Feliz', de René Magritte |
Por Leont Etiel
Ao
cruzar as fronteiras da ilha que, quando se está na companhia de outras pessoas, fica desabitada dentro de si, Ravi
Sharma se deu que ela, a ilha, não aceita habitantes que não seja aquele
que a abriga em seu interior. Então quando se cerca de pessoas é como se ela
não existisse, como se o seu deserto deixasse de sê-lo, como se ela,
encolhendo-se até desaparecer, procurasse se proteger de invasões. Como se ela
ao se comprimir para se proteger buscasse, na verdade, conservar a proteção
para abrigar quem a hospeda quando ele se encontra retirado do mundo, de si
para si, introspecto, quando a sua única companhia é o espelho da memória.
Tendo
ultrapassando as fronteiras da ilha dentro de si, Ravi Sharma se viu perante
províncias. Descobriu que a vida do ser humano é constituída por províncias,
quais sejam, mente, corpo e vontade. Cada uma delas é uma força na
personalidade, mas elas interligam-se entre si, de modo que é difícil dizer
qual delas é responsável pelas ações humanas. Se esta ação é da mente, aquela
do corpo e aquela outra da vontade.
Refazendo-se
desses vislumbres, Ravi Sharma logo tomou a via de um outro labirinto mental. A
ilha que habita dentro de si é pródiga em estimular deambulações mentais, de
modo que se sai de uma deambulação, entra-se outra, mais outra e mais outra. Tudo
isso desde que não haja sinal de pessoas outras, pessoas que emitindo sons, que
chamamos falas, não nos queiram arrancar da ilha que habita em nosso interior.
Como dizíamos, Ravi Sharma havia tomado um outro labirinto mental e já ia
adiantado nas suas curvas, essas, um modo de dizermos conjecturas.
Quase
que num ‘faça-se luz’ veio-lhe à mente uma série de premissas, de pressupostos,
de pensamentos, encadeando-se dedutivamente, rápido e mais rápido, que o levaram
ininterruptamente a conclusões como a seguir postas. Três personalidades nos
perpassam. Há a pessoa que nós pensamos que somos, um personagem imaginário. Há
a pessoa que nossos amigos pensam que nós somos, um personagem que pode se
encontrar distante da realidade que nós somos. E há a pessoa real, com todos os
seus humores, (in)decisões e sentimentos.
Isto
posto, Ravi Sharma viu que havia chegado ao fim do labirinto mental que o
conduziu a esse quadro de conclusões. Mas não sem antes ter acesso a uma última
asserção. Em palavras compassadas, ele a expressou dizendo que a vontade tem um
número de satélites, satélites que são o amor, a coragem, a raiva e outros
tantos que fazem dela uma poderosa constelação em nosso universo.
Neste
exato momento, do fim desta última asserção, Ravi Sharma percebeu que a ilha, a
ilha que habita dentro si, começava a comprimir-se. Foi então que ele ouviu um
pequeno barulho externo, pelo que então se apressou para cruzar as fronteiras
deixando a ilha. Na saída, ele viu que a palavra-chave para regressar à ilha é
solidão. A ilha que habita o interior de
cada um é um espelho individual oculto.
sábado, 27 de agosto de 2016
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
Ciência ao público
Photograph: Gareth Fuller/PA |
by Richard
P Grant
A video did the rounds a couple of years ago, of some
self-styled “skeptic” disagreeing – robustly, shall we say – with an
anti-vaxxer. The speaker was roundly cheered by everyone sharing the video – he
sure put that idiot in their place!
Scientists love to argue.
Cutting through bullshit and getting to the truth of the matter is pretty much
the job description. So it’s not really surprising scientists and science
supporters frequently take on those who dabble in homeopathy, or deny anthropogenic
climate change, or who oppose vaccinations or genetically modified food.
It makes sense. You’ve got
a population that is – on the whole – not scientifically literate, and you want
to persuade them that they should be doing a and b (but not c) so that
they/you/their children can have a better life.
Brian Cox was at it last
week, performing a “smackdown” on a
climate change denier on the ABC’s Q&A discussion program. He brought graphs! Knockout blow.
And yet … it leaves me
cold. Is this really what science communication is about? Is this informing,
changing minds, winning people over to a better, brighter future?
I doubt it somehow.
There are a couple of
things here. And I don’t think it’s as simple as people rejecting science.
First, people don’t like
being told what to do. This is part of what Michael Gove was driving at when he
said people had had enough of experts. We rely on doctors and nurses to make us
better, and on financial planners to help us invest. We expect scientists to
research new cures for disease, or simply to find out how things work. We
expect the government to try to do the best for most of the people most of the
time, and weather forecasters to at least tell us what today was like even if
they struggle with tomorrow.
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But when these experts tell
us how to live our lives – or even worse, what to think – something rebels.
Especially when there is even the merest whiff of controversy or uncertainty.
Back in your box, we say, and stick to what you’re good at.
We saw it in the recent
referendum, we saw it when Dame Sally Davies said wine makes her think
of breast cancer, and we saw it back in the late 1990s when the
government of the time told people – who honestly, really wanted to do the best
for their children – to shut up, stop asking questions and take the damn triple
vaccine.
Which brings us to the
second thing.
On the whole, I don’t think
people who object to vaccines or GMOs are at heart anti-science. Some are, for
sure, and these are the dangerous ones. But most people simply want to know
that someone is listening, that someone is taking their worries seriously; that
someone cares for them.
It’s more about who we are
and our relationships than about what is right or true.
This is why, when you bring
data to a TV show, you run the risk of appearing supercilious and judgemental.
Even – especially – if you’re actually right.
People want to feel wanted
and loved. That there is someone who will listen to them. To feel part of a
family.
The physicist Sabine Hossenfelder gets this. Between
contracts one time, she set up a “talk to a physicist” service. Fifty dollars
gets you 20 minutes with a quantum physicist … who will listen to whatever
crazy idea you have, and help you understand a little more about the world.
How many science
communicators do you know who will take the time to listen to their audience?
Who are willing to step outside their cosy little bubble and make an effort to
reach people where they are, where they are confused and hurting; where they need?
Atul Gawande says
scientists should assert “the true facts of good
science” and expose the “bad science tactics that are being used to mislead people”.
But that’s only part of the story, and is closing the barn door too late.
Because the charlatans have
already recognised the need, and have built the communities that people crave.
Tellingly, Gawande refers to the ‘scientific community’; and he’s absolutely
right, there. Most science communication isn’t about persuading people; it’s
self-affirmation for those already on the inside. Look at us, it says, aren’t
we clever? We are exclusive, we are a gang, we are family.
That’s not communication.
It’s not changing minds and it’s certainly not winning hearts and minds.
It’s
tribalism.
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Fonte: https://www.theguardian.com
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
Paradoxo ou a lógica da 'lei de ferro': o caso do 'fogo amigo' contra Dilma Rousseff
Desde que Robert Michels cunhou a expressão lei de ferro da oligarquia, para designar o mandonismo em partidos e sindicatos, a ciência social passou a dispor de um consistente dispositivo analítico para abordar a dinâmica dessas organizações e evidenciar como, muitas vezes, militantes e dirigentes agem movidos por razões não reveladas e pelo puro calculismo utilitarista da relação custo-benefício (político, mas também de retorno pessoal). Contudo, a questão é que a política requer princípios, e o referido comportamento não se coadune com uma postura que os pressuponha. Na atual conjuntura brasileira, o caso Dilma Rousseff é paradigmático a esse respeito: a direção nacional do seu partido ecoa o golpe da sua deposição, mas, contradizendo esse eco, foi tomando distância dos esforços da Presidente em retornar ao cargo, atirando-lhe à solidão política. Às vésperas do julgamento do afastamento definitivo, a direção partidária dinamitou a última bandeira da Presidente afastada, levantada aos senadores como um aceno para a sua volta, qual seja: a realização de um plebiscito a respeito de novas eleições presidenciais. Mas a direção partidária continuará a ecoar o golpe até as eleições de 2018, num misto de arrivismo e oportunismo que um determinado tipo de esquerda (da maruagem de bastidores), sem nada aprender com a história, é useira e vezeira. Já Dilma Rousseff, condenada à perda do mandato sem implicação comprovada/obtenção de benefício pessoal nos casos de corrupção, viverá o ostracismo imposto pelos adversários e também pelo 'fogo amigo' da direção do seu partido. O artigo aí abaixo, sintomaticamente intitulado originalmente 'PT rasga bandeira de Dilma', do jornalista Bernardo Mello Franco, é lapidar a respeito desse assunto, que só a observação mais atenta tem percebido, afinal a maioria das pessoas tende a olhar apenas para a árvore, e 'quem só olha para a árvore, não vê a floresta'.
Modus operandi de distintas oligarquias: 'lei de ferro' dos seus interesses |
Por Bernardo Mello Franco
Às vésperas do julgamento
final do impeachment, a direção do PT rasgou a última bandeira de Dilma
Rousseff: a realização de um plebiscito para antecipar as eleições
presidenciais de 2018.
A presidente afastada levou meses para encampar a ideia
levada por senadores amigos. Quando finalmente decidiu aceitá-la, foi sabotada
por seu próprio partido. A executiva petista rejeitou a proposta por ampla maioria : 14
votos a 2.
A decisão é um presente para os escudeiros de Michel
Temer. Na próxima segunda, quando Dilma enfrentar o plenário do Senado, eles
poderão fazer uma pergunta irrespondível: "Como a senhora vem cobrar nossa
adesão a uma ideia que nem o seu partido apoia?".
O plebiscito surgiu como uma ideia exótica e de difícil
execução. Depois que o processo de impeachment avançou, tornou-se uma proposta
extemporânea. Ainda assim, parecia manter amplo apoio popular. No mês passado,
62% dos entrevistados pelo Datafolha defenderam a realização de novas eleições
presidenciais.
A pesquisa mostrou um quadro de insatisfação geral com a
chapa eleita em 2014. Por um lado, apenas 32% dos eleitores eram favoráveis à volta de Dilma.
Por outro, só 14% aprovavam o governo Temer.
Se a promessa do plebiscito não seria mais capaz de
salvar o mandato de Dilma, ao menos permitiria a ela se despedir com um
discurso de apelo popular. Isso explica por que os políticos que ainda
frequentam o Palácio da Alvorada ficaram tão irritados com o desdém do PT.
O partido avalia que antecipar a eleição seria um tiro no
pé. O petismo só teria chances de voltar ao poder em 2018, e na hipótese de o
governo Temer se desmanchar até lá. Neste cenário, Lula poderia ser candidato
com a promessa de retorno aos tempos de bonança. O problema deste raciocínio é
que o futuro do ex-presidente depende cada vez menos dele, e cada vez mais da Lava Jato.
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Fonte: Folha de São Paulo, versão para assinantes, edição do dia 25/08/2016.
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
As 'ideias no lugar' e o debate político-econômico
Há muita "conversa voadora" por aí, espuma de palavras, sobre a conjuntura político-econômica. E muitas pessoas pousando de analistas, falando sobre o que não entendem e opinando sobre o que desconhecem. Não vale a pena perder um só segundo com esse tipo de prosa. As questões envolvidas no debate político-econômico são bastante complexas e profundas, para serem tratadas pelos "achismos". Aí abaixo, temos um bom trabalho a respeito do assunto, abordando-o com profundidade e o rigor analítico necessário.
Por Paulo Gala
(Professor da Fundação Getúlio Vargas; Pesquisador Visitante na
Universidade Columbia/Nova York e Cambridge/Inglaterra)
A regressão acima mostra que há uma correlação importante entre o número total de arestas de cada país no comercio mundial e renda per capita; quanto mais próximo do centro da rede global de comércio está o pais, maior a renda per capita. Tanto número total de links quanto renda per capita aumentam de forma não linear entre países. Usamos aqui a ideia de número total de arestas como medida de centralidade na rede seguindo a literatura sobre o tema (ver degree centrality em Newman 2010). Regressões usando uma transformação do número de links de produtos não ponderados para ponderados, segundo a classificação PCI dos produtos SITC, chegam a resultados semelhantes. Ou seja, os países do centro da rede de comercio munidal são hubs tanto em termos da gama total de produtos do comércio mundial como em termos da gama qualificada dos produtos mais complexos.
O banco de dados que resultou nessa rede comercial tem 101 países e 762 produtos (SITC revisão 2 com 4 dígitos) que geraram 1.756.224 arestas em 2013. Um nó da rede representa um país e cada aresta representa um produto que sai de um nó (país de origem) e chega a outro nó (país de destino). Quanto mais arestas tiver um país em determinado mercado, maior será sua relevância. A ideia econômica aqui é que muitas conexões ou arestas de um país num determinado produto mostram que esse país tem vantagens comparativas reveladas importantes. Existem "n" fatores capazes de explicar essas vantagens comparativas dos países em vários mercados: i) vantagens locacionais em termos de baixo custo de transporte, ii) abundância relativa de recursos naturais, iii) mão de obra barata ou especializada na produção de determinados bens, iv) domínio tecnológico e assim por diante. O número total de arestas também se correlaciona fortemente com a complexidade do país, conforme se observa no gráfico abaixo. Mais uma indicação de que países que se sofisticaram e conquistaram muitos mercados foram capazes de desenvolver capacidades produtivas em inúmeros produtos. Isso vale tanto para países de população grande quanto pequena.
Esses dados indicam que os países com a maior quantidade de links, tanto em termos de produtos não qualificados como em termos de produtos qualificados por PCI, são países ricos, são hubs do comércio mundial. Os simples nós são países pobres. China e Índia se destacam muito na rede mundial de 2013 mostrada acima. Apesar de terem renda per capita relativamente baixa ainda, por conta da enorme população, conseguiram acumular uma enorme quantidade de links nos últimos 10 anos. Em termos de arestas complexas deixam um pouco a desejar, especialmente a Índia. EUA, Alemanha, Japão e Coreia do Sul aparecem no centro da rede, são os “usual suspects”; têm milhares de arestas de alta complexidade. Esses resultados apontam exatamente na direção do que diziam os autores cepalinos: países de renda per capita elevada se concentram na produção e exportação de bens manufaturados e complexos no centro da rede de comércio mundial, países de renda per capita baixa se concentram na produção e exportação de commodities não complexas na periferia da rede. Países ricos da Europa, América do Norte e Ásia estão no centro da rede de comércio mundial. Países pobres da África, América Latina e Ásia estão na periferia da rede. O algoritmo para detecção de power laws e hubs que rodamos encontrou resultado positivo para um terço dos mercados SITC e para a rede como um todo.
Big data, redes complexas scale-free, power laws e hubs
O tema da complexidade ganhou destaque em economia com os trabalhos de Brian Arthur, na liderança do Instituto Santa Fé no Novo México, no final dos anos 80 (Arthur (2015), e Foster (2005)). Com aplicações em várias frentes, a perspectiva de sistemas dinâmicos complexos tem sido aplicada em diversos campos de pesquisa em economia e outras ciências. Estas aplicações são usadas, por exemplo, em teoria dos jogos, ciência política, biologia, física, entre outros. Em economia, as aplicações originais foram em modelagem de funcionamento de mercados financeiros, regras de tomada de decisão de agentes individuais em variados contextos e estudos sobre path dependence ou dinâmicas tecnológicas que dependem de sua trajetória inicial, graças a presença de retornos crescentes. O Altas da Complexidade Econômica de 2011 apresentado na seção anterior combina avanços dessa discussão de complexidade com a tecnologia de Big Data para criar talvez um dos mais modernos e relevantes banco de dados da atualidade para análise do comércio mundial. O termo Big Data vem sendo utilizado atualmente em diversos contextos para descrever a crescente explosão de dados disponíveis no universo digital; na sua raiz, o termo se refere à análise de um grande volume e variedade de dados com grande velocidade.
Em uma compilação de suas contribuições para a ciência das redes complexas scale-free, Barabasi (2002) explica de forma detalhada suas novas contribuições para a ciência das redes no contexto de Big Data para diversos campos do saber; alguns exemplos práticos principais são a própria internet, a rede de atores e filmes de Hollywood, redes biológicas e a malha aérea americana, entre tantas outras. O caso da malha aérea americana, abaixo apresentado por Barabasi (2002), demonstra o conceito de rede complexa scale-free com hubs que usaremos em nossa análise empírica de forma bastante intuitiva. A rede do sistema rodoviário americano com muitos nós de conexão (cada cidade é um nó) e sem hubs relevantes é uma rede randômica. A rede da malha aérea é o exemplo oposto: uma rede complexa com hubs (ou nós grandes com muitas conexões) e, portanto, não randômica ou scale-free. Existem alguns poucos hubs que concentram a maioria das conexões (Chicago, Nova Iorque, Houston, LA, etc). Nesse tipo de rede complexa e não randômica, alguns poucos hubs têm a maioria dos links ou conexões e os outros tantos nós tem pouquíssimas ou nenhuma conexão. Uma nova cidade que tente competir em termos de receber e enviar voos terá grande dificuldade ao tentar competir com os hubs. Sua posição de “nó comum” na rede dificulta demais a entrada nesse mercado. A rede é considerada scale-free, pois o número de links dos nós não segue um padrão bem comportado, segue uma distribuição do tipo power law.
Fonte: Barabasi (2002)
Numa rede randômica os nós têm uma quantidade aleatória de links. Numa rede complexa scale-free e com hubs, alguns nós têm a maioria dos links e a grande maioria dos outros nós tem pouquíssimos links. Uma distribuição gaussiana caracteriza o primeiro tipo de rede enquanto que uma distribuição do tipo power law caracteriza o segundo tipo de rede. Em redes não randômicas existe uma hierarquia onde os hubs mandam, pois têm muito mais acesso aos outros links do que os nós “comuns”, reina uma “topocracia” (ver Borondo et al 2014). Existe uma competição desigual no sentido de que, ao longo do tempo, um determinado nó coletou muitas arestas e virou um hub, com mais acesso a outras arestas. Um nó comum tem muita dificuldade de competir com um hub, pois parte de uma situação inicial pobre em termos de estoque de links acumulados. Barabasi e sua equipe criaram um modelo simplificado que reproduz com incrível precisão esse tipo de dinâmica de redes encontradas na vida real. Trata-se de um modelo simples com três regras: i) uma rede que cresce com novos nós sendo incorporados por links a outros nós a cada momento do tempo; ii) uma regra de conexão preferencial onde cada novo nó prefere se conectar a um nó já existente com muitas conexões (preferencial attachment) e iii) fitness: alguns nós têm competência maior do que outros para acumular links, o que pode em tese ajudar um nó novo a superar a dificuldade de não ter links quando entra na rede.
Com essas três regras, Barabasi e sua equipe reproduzem, em termos formais, as características desse tipo de rede encontrada no mundo real; inclusive em termos de surgimento de distribuições do tipo power laws, conforme destacamos acima no caso da malha aérea americana. O mecanismo de preferential attachment de Barabasi nada mais é do que a conhecida dinâmica de retornos crescentes ilustrado com a urna por Polya e depois generalizado para várias urnas por Yules. H. Simon mostrou que power laws surgem como consequência possível de processos do tipo Yules (Newman 2010). Para estudos em economia, essas descobertas são de grande importância, pois formalizam e trazem um ganho analítico enorme para insights e regularidades empíricas importantes já conhecidas. Esse tipo de análise traz muitas novas conclusões, especialmente para as discussões da nova geografia econômica e comércio internacional - que A. Marshall, Krugman et al (1999), entre outros, já haviam destacado. Esse tipo de dinâmica das redes de Barabasi ilustra bem os processos de retornos crescentes e “path dependent” analisados por Arthur (2015) em seus trabalhos sobre complexidade.
Complexidade econômica e padrões de comércio internacional
Hausmann et al (2011) usam técnicas de computação, redes e complexidade para criar um método capaz de medir a sofisticação produtiva ou “complexidade econômica” de países com extraordinária simplicidade. A partir da análise da pauta exportadora de um determinado país, são capazes de medir de forma indireta a sofisticação tecnológica de seu tecido produtivo. A metodologia criada para a construção dos índices de complexidade econômica culminou num Atlas (http://atlas.media.mit.edu) que reúne extenso material sobre uma infinidade de produtos e países desde 1963. Os dois conceitos básicos para medir se um país é complexo economicamente são a ubiquidade e diversidade de produtos encontrados na sua pauta exportadora. Se uma determinada economia é capaz de produzir bens não ubíquos, raros e complexos, há indicação de que tem um sofisticado tecido produtivo.Claro que há um problema aqui de escassez relativa, especialmente de produtos naturais como diamantes e urânio, por exemplo.
Os bens não ubíquos devem ser divididos entre aqueles que têm alto conteúdo tecnológico e, portanto, são de difícil produção (aviões, por exemplo) e aqueles que são altamente escassos na natureza, por exemplo, diamantes, e, portanto, têm uma não ubiquidade natural. Para controlar esse problema dos recursos naturais escassos na medição de complexidade, os autores do Atlas usam uma técnica engenhosa: comparam a ubiquidade do produto feito num determinado país com a diversidade de exportação de países que também exportam esse produto. Por exemplo: Botsuana e Serra Leoa produzem e exportam algo raro e, portanto, não ubíquo: diamantes brutos. Por outro lado, têm uma pauta exportadora extremamente limitada e não diversificada. Temos aqui então casos de não ubiquidade sem complexidade. Por outro lado, poderíamos citar equipamentos médicos de processamento de imagem (raio-X), algo que praticamente só Japão, Alemanha e Estados Unidos conseguem fabricar, certamente um produto não ubíquo. Só que, nesse caso, a pauta exportadora de Japão, EUA e Alemanha é extremamente diversificada, indicando que esses países são altamente capazes de fazer várias coisas. Ou seja, não ubiquidade com diversidade significa “complexidade econômica”. Um país que tenha uma pauta muito diversificada, mas em bens ubíquos (peixes, tecidos, carnes, minérios, etc…), não apresenta grande complexidade econômica; faz o que todos fazem. Dessa forma, diversidade sem não ubiquidade significa falta de complexidade econômica.
Uma das grandes virtudes desses indicadores de complexidade econômica (ECI) e de produtos (PCI) é que não há considerações sobre questões qualitativas relevantes para a produção e exportação desses bens. Ou seja, não há juízo de valor em relação ao que se considera complexo ou não complexo. Nessa linha de raciocínio, os autores seguem classificando diversos países e chegam a correlações robustas entre níveis de renda per capita, desigualdade econômica e complexidade econômica (Hausmann et al 2011 e Hartman et al 2015). Japão, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido e Suécia estão sempre entre os 10 primeiros países nos rankings de complexidade dos últimos 10 anos. O desenvolvimento econômico pode ser tratado como o domínio de técnicas de produção mais sofisticadas que em geral levam à produção de maior valor adicionado por trabalhador, como defendiam os clássicos. É isso que o indicador de complexidade econômica acaba capturando de forma bastante engenhosa a partir de medidas de ubiquidade e diversidade da pauta exportadora dos diversos países. Os resultados do Atlas também apontam na direção sugerida pelos clássicos do desenvolvimento econômico para padrões de especialização no comércio mundial: países ricos se especializam em mercados de manufaturas e países pobres em mercados de commodities, algo que exploraremos abaixo com mais profundidade.
Nesse sentido, o Atlas da Complexidade Econômica também traz uma contribuição empírica importante; ao calcular a probabilidade de produtos serem co-exportados por diversos países, o Atlas cria uma medida interessante sobre conhecimento produtivo contido nos produtos e capacidades locais necessárias para produzi-los: o “espaço produtivo” (Hidalgo et al 2007). Quanto maior a probabilidade de dois produtos serem co-exportados, maior a indicação de que contem características similares e de que portanto demandam capacidades produtivas similares para serem produzidos, são produtos “irmãos” ou “primos”. O indicador de co-exportação acaba funcionando como uma medida de encadeamento de conhecimento produtivo entre produtos, ou seja, ele indica as conexões produtivas existentes entre vários bens graças aos pré-requisitos comuns necessários para produzi-los. Os bens que têm muita conectividade estão, portanto, carregados de potencial de conhecimento e tecnológico o que os torna hubs de conhecimento; enquanto que bens com baixa conectividade requerem capacidades produtivas simples e que têm baixo potencial multiplicativo de conhecimento.
Por exemplo: países que produzem motores de combustão avançados provavelmente têm engenheiros e conhecimentos que permitem produzir uma série de coisas similares e sofisticadas. Países que produzem só bananas ou frutas tem conhecimentos limitados e provavelmente serão incapazes de fazer bens mais complexos. É importante frisar aqui que toda dificuldade para se observar isso decorre da incapacidade de se medir e capturar diretamente essas competências produtivas locais. O que se observa no comércio internacional são os produtos e não as habilidades que os países têm em produzi-los. Do ponto de vista empírico, fica claro, no Atlas, que manufaturas se caracterizam em geral como bens mais complexos e commodities aparecem como bens não complexos. Das 34 principais comunidades de produtos calculadas, a partir de um algoritmo de compressão do Atlas (Rosvall and Bergstrom 2007), é possível observar que maquinário, produtos químicos, aviões, navios e eletrônicos se destacam como bens mais complexos e conectados entre si (ou seja, hubs de conhecimento). Por outro lado, pedras preciosas, petróleo, minerais, peixes e crustáceos, frutas, flores e agricultura tropical apresentam baixíssima complexidade e conectividade. Cereais, têxteis, equipamentos para construção e alimentos processados situam-se numa posição intermediaria entre os bens mais complexos e menos complexos.
A Cepal e os clássicos do desenvolvimento econômico
Os antigos economistas do desenvolvimento, também conhecidos como estruturalistas, dividiam-se em duas principais correntes: uma anglo-saxã e outra latino-americana. Ambas as vertentes baseavam suas análises sobre desenvolvimento econômico em conceitos de linkages ou ligações produtivas, complementaridades, armadilhas de pobreza, padrões centro-periferia e dualismos. A visão estruturalista define o desenvolvimento econômico como uma transformação radical na estrutura produtiva das economias no sentido de sofisticação do tecido produtivo. Com base na hipótese de que a estrutura produtiva industrial de um país afeta tanto o ritmo quanto a direção do desenvolvimento econômico, a literatura estruturalista destaca a importância da industrialização no processo de crescimento. Para os economistas estruturalistas, sem um processo de industrialização robusto não é possível aumentar o emprego, a produtividade e a renda per capita de um país e, consequentemente, reduzir a sua pobreza. Para esses autores, o processo de desenvolvimento envolve uma realocação da produção de setores de baixa produtividade para setores de alta produtividade, onde retornos crescentes de escala prevalecem.
Paul Rosenstein-Rodan, Ragnar Nurkse, Arthur Lewis, H. Singer, Albert Hirschman, Gunnar Myrdal e Hollis Chenery pertencem ao grupo de pensadores econômicos associados com o estruturalismo original ou clássicos do desenvolvimento. Suas contribuições seminais desafiaram a visão neoclássica acerca da eficiência do mercado para promover a mudança estrutural necessária para o processo de desenvolvimento econômico. Outra linha de contribuições vem do chamado estruturalismo latino-americano, que está relacionado principalmente à Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) cujas obras se integraram em uma escola de pensamento coerente no final dos anos 1950. À luz das experiências históricas, os principais pensamentos apresentados nesta versão latino-americana estão encapsulados nas obras de Raul Prebisch e Celso Furtado (Bianchi and Salviano 1999), com foco sobre os desafios enfrentados pelos países em desenvolvimento para crescer em uma economia mundial dividida em dois pólos: o centro e a periferia, com suas distintas estruturas produtivas.
Para todos esses autores clássicos do desenvolvimento econômico, as atividades produtivas são diferentes em termos de suas habilidades para gerar crescimento e desenvolvimento. Atividades com altos retornos crescentes de escala, alta incidência de inovações tecnológicas e altas sinergias decorrentes de divisão do trabalho dentro das empresas e entre empresas são fortemente indutoras de desenvolvimento econômico (Reinert 2009). São atividades onde em geral predominam competição imperfeita e todas as características desse tipo de estrutura de mercado (importantes curvas de aprendizagem, rápido progresso técnico, alto conteúdo de R&D, grandes possibilidades de economias de escala e escopo, alta concentração industrial, grandes barreiras à entrada, diferenciação por marcas, etc…). Esse grupo de atividades de alto valor agregado se contrapõe às atividades de baixo valor agregado, em geral praticadas em países pobres ou de renda média com típica estrutura de competição perfeita (baixo conteúdo de R&D, baixa inovação tecnológica, informação perfeita, ausência de curvas de aprendizado e possibilidades de divisão do trabalho) (Reinert and Katel 2010).
Para esses economistas, o aumento de produtividade de uma economia viria justamente da subida da escada tecnológica, migrando de atividades de baixa qualidade para as atividades de alta qualidade, rumo à sofisticação tecnológica do tecido produtivo (Bresser-Pereira 2016). Migrar de atividades de baixa qualidade para as atividades de alta qualidade é tarefa de enorme dificuldade. Desse salto depende o processo de desenvolvimento econômico. Graças as suas características, as atividades de alta qualidade aparecem em mercados com estruturas de oligopólio e concorrência monopolística, o que já dificulta sobremaneira a entrada de novos players de países emergentes. Barreiras à entrada, grandes economias de escala e diferenciação por marcas são algumas das características desses mercados que dificultam muito o acesso de novas empresas do mundo emergente. Para se desenvolver, um país precisa ser capaz de constituir empresas nesses setores já muito bem ocupados, onde os potenciais de economias de escala e lucros são enormes: aí está a produtividade. Tarefa nada fácil para um país emergente; sem entrar nesses mercados e ocupar espaços relevantes, não há ganhos de produtividade significativos e não há desenvolvimento econômico; não há sofisticação do tecido produtivo nem aumento da complexidade da produção.
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Fonte: http://www.paulogala.com.br/a-cepal-estava-certa-redes-complexas-scale-free-e-padroes-centro-periferia-no-comercio-mundial/. Título original: A CEPAL estava certa: big data, redes complexas scale-free e padrões centro-periferia no comércio mundial.